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CULTURA

Quando pandeiros do mundo se calam

Morre aos 74 anos, vítima de uma cirrose hepática, o escultor, músico e luthier 'Lanka', famoso entre outras coisas, pelos pandeiros que produziu.

Publicado em 12/05/2012 às 6:30


A ideia começou no início dos anos 1980, quando Lanka viajou para Brasília com um pandeiro produzido por ele mesmo embaixo do braço, habilidade herdada pelos tios e avós. Lá, os grupos de chorinho vindos de vários locais do país perguntavam se não faria um instrumento pra eles.

Assim, a marca registrada do paraibano começou a reverberar não só pelo país, mas pelo mundo com as exportações para a Europa e os Estados Unidos.

O som dos guizos nos instrumentos de percussão se silenciaram nas primeiras horas da última quinta-feira, quando morreu Lanka, ao 74 anos, vítima de uma cirrose hepática. Ele estava internado na Clínica Santa Clara, em Campina Grande.

“Ele tinha uma coleção de fãs pelo Brasil e pelo mundo”, afirma seu irmão, o cantor e compositor Biliu de Campina. “Até as sinfônicas aprovavam seus pandeiros. Ele representa muito bem Campina Grande.”

Biliu recorda que João Xavier de Souza, nome dado na pia batismal ao irmão, tocava por brincadeira, subindo nos palcos de artistas como Elba Ramalho e Flávio José para dar uma 'palhinha' do seu instrumento de percussão.

“Lanka também foi escultor”, atenta Biliu. “Fazia obras utilizando ferro e fazia exposições de seus trabalhos.”

"MAMÃE!"
Para o produtor paraibano e amigo Noaldo Nery, a marca registrada de Lanka não era apenas seus pandeiros conhecidos “pela qualidade e peso”. O espírito brincalhão do luthier enchia de alegria o bar que Nery tinha outrora, em Campina Grande. “Ele gritava 'Mamãe!' no ouvido do povo e começava a tocar seu pandeiro”, relembra.

Os amigos foram criados praticamente juntos antes de tocar pra frente o bar Buracão, reduto que abrigou artisticamente nomes como Elba, Capilé, Biliu e Bráulio Tavares, no começo de suas carreiras. “Ele entrava de gaiato no palco e o povo aceitava.”

De acordo com Nery, entre as personalidades que batucam um pandeiro feito pelas mãos de Lanka estão artistas tão díspares de gênero musical como o cantor norte-americano de rock-folk Paul Simon, a banda de axé baiana Chiclete com Banana e a cantora mineira de MPB Ana Carolina.

Encomendavam o instrumento artistas oriundos de Paris, Barcelona, Nova York, Lisboa e Londres, se tornando clientes frequentes de Lanka. “A fila era grande para ter um pandeiro dele.

Chegava a passar um mês para confeccionar um”, conta Noaldo Nery.

Quando se escutar um artista popular batucar pelas ruas ou até Ana Carolina promover duelo de pandeiros no seu show, talvez seja um 'Lanka'.

Imagem

Jornal da Paraíba

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