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CULTURA

Reencontro com o samba

Há 71 anos na estrada, Demônios da Garoa quebra o jejum, regravando clássicos com novas roupagens e canções inéditas.

Publicado em 05/07/2014 às 6:00 | Atualizado em 05/02/2024 às 11:23

Eles estão na estrada há 71 anos – tempo suficiente para entrar para o livro dos recordes como o mais antigo grupo em atividade no mundo. Mas há 19 não lançavam um disco novo.

Foi com Um Samba Diferente (Biscoito Fino, R$ 30,00) que o lendário Demônios da Garoa quebrou o jejum, regravando clássicos com novas roupagens e canções inéditas com o velho ziriguidum do grupo paulista.

“Quando a gente vai fazer o show, o público quer as canções tradicionais. Então hoje, mediante a dificuldade de massificar uma canção nova (como era no passado), a gente achava que o público não queria músicas inéditas. Mas daí a gente resolveu apostar, gravou esse disco e parece que está dando muito certo”, comemora, por telefone, Sergio Rosa, o Serginho, filho de Arnaldo Rosa, um dos fundadores do grupo, no distante ano de 1943.

Aliás, da formação original do Demônios da Garoa – que começou se chamando Grupo do Luar - não há mais ninguém vivo. A banda segue misturando duas gerações, a de Serginho (que toca afoxé) e a de seu filho, o pandeirista Ricardo Rosa, o Ricardinho, que com Izael (timba), Canhotinho (cavaquinho) e Dedé Paraíso (violão 7 cordas), integra a terceira formação do grupo.

E como não dar certo Um Samba Diferente? O grupo, cujo a marca vocal segue afinada, passeia por diferentes variações do samba em repertório costurado por belos resgates e boas canções inéditas.

Da primeira leva está o samba boogie-woogie que dá nome ao disco, lançada pelo Demônios da Garoa em 1958 (mesmo ano em que o grupo lançou ‘A lei do morro’, outra canção revisitada neste disco). ‘Um samba diferente’ ressurge revigorada em novo arranjo, moderno, dentro da tradição do grupo.

Outra pérola do repertório de 14 faixas é o ‘Tema da Copa’, que ressurge de olho no hexa. E como não poderia deixar de ser, a obrigatória ‘Trem das onze’, de Adoniran Barbosa, está lá! “Na maioria das vezes, o público pega nosso CD, olha e se não tiver ‘Trem das onze’, diz: não quero!”, diz Sérgio Rosa, explodindo numa sonora gargalhada. Em tom mais sério, completa: “As pessoas querem ouvir material novo, mas também ‘Trem das onze’. Ela não pode faltar no nossos CDs, nem nos shows”.

Enveredando em repertório mais contemporâneo, os Demônios encontram um ‘Coral de anjos’ na composição de Dedé Paraíso (erroneamente grafado como Dedé do Cavaco), Prateado e Carica (e já gravado pelo grupo de pagode Sensação), mas é nas crônicas urbanas que a verve do grupo se destaca.

Na divertida ‘Ferdinando’, o jovem do título, “que nas discussões dizia ‘te bilisco, te bilisco’”, larga a escola de samba para ser manequim. Igualmente politicamente incorreta, ‘Bêbado mineirim’ versa sobre um “mineiro do balaco baco” que todo dia chega em casa “com a garrafa no suvaco”.

“Essas musicas estão bem na parte jocosa do Demônios da Garota e têm o tom da brincadeira que é a marca do grupo. A gente sempre brincou dessa maneira e as pessoas levam na esportiva”, justiça.

Do saudoso Aloísio Ferreira Gomes, o Canarinho, parceiro de longas datas do grupo, o Demônios da Garoa emplacou ‘Melô do camelô’, outra letra repleta de humor e malandragem. A faixa foi gravada em fevereiro deste ano (assim como todo o repertório), um mês antes do humorista falecer. “A gente sabia que ele tava bem doente, então incluímos essa música como uma homenagem. Mas ele deixou mais duas, que queremos gravar num próximo disco”, revela Serginho.

Aliás, o quinteto paulista promete não demorar tanto para lançar outro trabalho. “Temos muita coisa arquivada, uma quantidade para mais dois, três CDs. E já temos tudo pronto, para não demorar tanto tempo dessa vez”, conclui.

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Jornal da Paraíba

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