CULTURA
‘Han Solo’ é uma história que ninguém pediu, mas que bom que foi feita
O novo filme da saga Star Wars trata das minorias, representatividade e revolução.
Publicado em 25/05/2018 às 8:05 | Atualizado em 25/05/2018 às 11:49
HAN SOLO: UMA HISTÓRIA STAR WARS (EUA, 2018, 100 min.)
Direção: Ron Howard
Elenco: lden Ehrenreich, Emilia Clarke, Woody Harrelson, Paul Bettany, Donald Glover, Joonas Suotamo
★★★☆☆
‘Han Solo: Uma História Star Wars’ tenta responder perguntas que pouco acrescentam na história da franquia, mas é um filme que traz vários momentos nostálgicos para quem acompanha a galáxia muito, muito distante. A experiência é como embarcar na Millennium Falcon e permitir-se, mais uma vez, voltar no tempo para explorar o passado de personagens já consagrados. O longa estreou nesta quinta-feira (24).
O filme explica a ascensão da figura mais arrogante e cínica desse universo fantasioso para quem ainda não conseguiu acompanhar as dez produções da saga. A jornada do herói segue o mesmo padrão narrativo de Joseph Campbell: com partida, iniciação e retorno. Todavia, o brilho da produção não está nos clichês das aventuras de Han Solo e sim no entorno dele.
A Disney aprendeu com o retorno positivo de “Star Wars: Episódio VII - O Despertar da Força” que não é mais possível colocar personagens femininas em posição de fragilidade; negros fazendo papel de escravos; e androides submissos aos seus donos. A obra bate predominantemente na luta por igualdade - essa talvez seja a sua maior contribuição - sem reduzir o brilho dos personagens brancos masculinos do filme. Todos figuram lado a lado com igual complexidade, profundidade e relevância.
Esses elementos são fundamentais no desenvolvimento da narrativa para apresentar e problematizar alguns dos conflitos sociais decorrentes das guerras galácticas, que até então foram mostrados de forma sutil nas trilogias anteriores.
Vale salientar que o longa flerta com o analógico. Apesar de toda a tecnologia e do alto investimento em efeitos especiais, parece que estamos assistindo um novo filme antigo, com peças em aço, naves quadradas, roupas inspiradas na década de 1970 e androides tão simples como o C-3PO e o R2-D2.
O roteiro de Lawrence Kasdan, nos leva de volta para o futuro - em um cenário de renegados da galáxia - onde Indiana Jones, 'Rush: no limite da emoção’ e Star Wars são remixados para se tornar um filme de assalto.
Não estamos falando de uma obra-prima, mas o filme é bem apresentado, num clima moderno/retrô e faz com que seus fãs vibrem com o primeiro encontro de Han Solo e seus dois amores: Millennium Falcon e Chewbacca. Isso por si só já vale. O ator principal, Alden Ehrenheich, também não desagrada em interpretar o personagem imortalizado por Harrison Ford. Donald Glover entrega bem o Lando Calrissian. Emilia Clarke, conhecida como mãe dos dragões, talvez seja a personagem mais fraca. De qualquer forma vale o ingresso.
Comentários