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CULTURA

Retrato do último boêmio

Figura emblemática de Campina Grande, 'Pedro Cancha' tem sua história contada em documentário de Luciano Mariz.

Publicado em 21/06/2012 às 6:00


Nos anos 1960, em plena Ditadura Militar instalada em solo brasileiro, os campinenses que transitavam pela Maciel Pinheiro poderiam esbarrar com um homem de saias, que se transformava em uma figura folclórica do município, patrocinado pela boca do povo.

“Pedro Cancha precedeu Caetano Veloso. Ele foi o segundo homem no Brasil a usar saias. O primeiro foi um fashionista nos anos 1950 chamado Flávio de Carvalho”, informa Luciano Mariz, que resgata o personagem no seu novo documentário, Cancha - Antigamente Era Mais Moderno.

“Cancha era alvo de censura. Sempre era preso e no outro dia solto. Os militares viam aquela manifestação cultural como uma ameaça. Era tudo aquilo que eles repreendiam”, conta.

Figura vanguardista e boêmia que habita o imaginário popular paraibano, a produção audiovisual traz à tona o homem que “tinha uma cabeça muito à frente do seu tempo”, segundo o realizador paraibano. “Hoje, Pedro Cancha é uma pessoa solitária, que caiu no ostracismo e ficou na história de Campina Grande”, atesta o diretor de curtas-metragens como Os Balões de 74 (2008).

Apesar de ser um grande conhecedor de música e frequentador dos redutos boêmios campinenses, Mariz fala que Cancha se intitula um 'falso' boêmio. “Mesmo vivendo na gafieira daquela época, ele nunca bebeu e nunca fumou”, revela.

Atualmente o contraditório Pedro Cancha é um senhor de 75 anos. “Antigamente eram mais sociáveis com ele”, coloca o diretor. “O guarda-roupa dele é singular, apesar de não se vestir tanto quanto antes. Ele não vive mais 100% hoje como naquela época.”

PÉ NO SURREAL
Em fase de pós-produção, o documentarista afirma que prepara uma obra que foge dos moldes convencionais e padrões do gênero, que geralmente usa o tom da 'verdade nua e crua'.

“O filme em si vai ter uma abordagem bem singular no que é visto de documentários hoje em dia”, garante. “Terá uma plástica interessante, com uma direção de arte (de Carlos Mosca) rebuscada e detalhista, que falará sobre o próprio personagem.”

De acordo com Luciano Mariz, existem dois personagens em um só: o Seu Pedro Souto Guimarães, um homem do campo que passa desapercebido pela sociedade, e Pedro Cancha, a figura performática e folclórica. “Estou preocupado em mostrar o lado subjetivo que está nas entrelinhas do documentário. Busco retratar o imaginário dele, com o lúdico e o psicológico presentes no ritmo e montagem do filme. Tem um pé no surrealismo e no subjetivismo.”

Cancha - Antigamente Era Mais Moderno foi um dos contemplados do Projeto de Fomento e Incentivo à Realização de Curtas-Metragens da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB).

O lançamento do documentário vai acontecer durante a 7ª edição do Comunicurtas UEPB, no final de agosto.

Imagem

Jornal da Paraíba

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