CULTURA
Robocop de Elite
Dirigido pelo brasileiro José Padilha (Tropa de Elite), Robocop volta às telas dos cinemas nesta sexta-feira (21).
Publicado em 21/02/2014 às 6:00 | Atualizado em 06/07/2023 às 12:33
Quando estreou em 1987, a tela de visão de tiro de Robocop possuía referências ao sistema operacional MS-DOS. Na sua sequência, 3 anos depois, a sua interface foi substituída pelo estilo Macintosh.
Quase 25 anos depois, em pleno século 21 – uma época até então utópica para a ficção científica – um novo upgrade do “policial do futuro” chega às telonas paraibanas a partir desta sexta-feira.
A saga do policial Alex Murphy está de volta sob o comando do brasileiro José Padilha, que chamou a atenção dos estúdios de Hollywood por causa do sucesso dos seus dois Tropa de Elite.
Em tempos de privatizações e da guerra em “piloto automático”, com mísseis teleguiados e drones vigilantes, o tema de Robocop (EUA, 2014) permanece bem atual.
“Ele é um produto que eles querem vender”, explica Padilha. “É um protótipo. Ele foi desenvolvido assim como uma empresa de refrigerante desenvolveria uma garrafa nova: estão tentando chegar ao desenho ideal de um robô para ser vendido aos departamentos de polícia”.
O novo longa-metragem se passa no ano de 2028, onde o conglomerado multinacional OmniCorp é o centro da tecnologia robótica. No exterior, seus drones têm sido usados para fins militares há anos, mas na América, seu uso foi proibido para a aplicação da lei.
Com o objetivo de aplicar a sua polêmica tecnologia em casa, o OmniCorp encontra uma oportunidade de ouro: quando o policial de Detroit Alex Murphy é gravemente ferido no cumprimento do dever, a multinacional vê a chance para criar um oficial de polícia parte homem, parte máquina.
“Potencialmente, estaríamos falando de bilhões de dólares para a empresa e, por isso, estão dispostos a tudo, mesmo que não seja da forma mais ética”, aponta o diretor. “Mas eles se esqueceram de um detalhe – dentro do produto, há um homem; não é um mero uniforme, é um ser humano. Eles montam essa invenção pensando que poderão controlá-la, mas escolheram o cara errado”.
O “cara errado” é vivido por Joel Kinnaman (da série de TV The Killing), depois do personagem ser imortalizado na figura de Peter Weller nos dois primeiros filmes da franquia.
“Nos anos 1980, a ideia de um homem metade humano, metade robô só poderia ocorrer num futuro distante, mas isso já está, na realidade, ocorrendo agora”, afirma Padilha. “Está suscitando muitas questões legais e éticas que todos temos que enfrentar. E Alex Murphy personifica todas essas perguntas: o que acontece quando se coloca o homem dentro da máquina?”
O elenco ainda conta com Gary Oldman (o Comissário Gordon da trilogia do Batman de Chris Nolan) como o diretor da Fundação Omni que cria o RoboCop, Michael Keaton (o Batman do Tim Burton) como o presidente do conglomerado, Abbie Cornish (Sucker Punch) como a esposa de Murphy, e Samuel L. Jackson (Pulp Fiction) como um apresentador de TV sensacionalista.
FÃ NÚMERO 1
Foi justamente graças a uma casualidade envolvendo o longa original do holandês Paul Verhoeven que José Padilha se envolveu no projeto.
“Eu tinha uma reunião na MGM, e nós conversávamos sobre os filmes que eu gostaria de fazer. Lá tinha um pôster do RoboCop original, e eu disse: ‘Ora, esse é o filme que eu gostaria de fazer. Eu o considero um filme brilhante, um clássico icônico’.
Eu contei a eles a minha visão”, relembra. “Foi uma coincidência fortuita – um estúdio que tinha o material certo, um cara que é fã e um pôster”.
Se Robocop é à prova de fracasso, só o resultado na bilheteria mundial poderá dizer.
AVENTURAS ESTREIAM NA TELA
Além de Robocop, mais duas estreias marcam a sexta-feira nos cinemas da Paraíba.
Nas salas de João Pessoa e Campina Grande entram em cartaz, a partir de hoje, a aventura Pompeia (Pompeii, EUA, Alemanha, 2014), dirigido pelo britânico Paul W.S. Anderson (da franquia Resident Evil).
Com cópias dubladas e legendadas em 3D, o filme conta a história de um escravo (Kit Harrington, da série de TV Game of Thrones) que se tornou um gladiador e precisa salvar a mulher que ama (Emily Browning, a protagonista de Sucker Punch), filha de um rico comerciante que foi prometida a um corrupto senador romano (Kiefer Sutherland, o Jack Bauer do seriado 24 Horas).
O resgate se dará em meio à destruição da cidade de Pompeia, causada pela erupção do Monte Vesúvio.
Apenas em João Pessoa, estreia a animação Rodência e o Dente da Princesa (Rodencia y el Diente de la Princesa, Peru, Argentina, 2014).
O longa-metragem latino se passa em Rodência, um lugar mágico situado no meio de um bosque, onde vivem várias criaturas fantásticas.
Neste local, o pequeno Edam sonha em se tornar o maior mago do mundo. Para isso, ele decide partir em uma longa aventura para obter um poder lendário. Contudo, seu maior obstáculo é o Rei dos Ratos, um vilão que planeja destruir todo o reino.
Comentários