CULTURA
Secretários definem os rumos para 2013
Novos secretários de Cultura de João Pessoa e Campina Grande, falam sobre projetos para as pastas.
Publicado em 03/01/2013 às 6:00
Ontem foram realizadas as cerimônias de posse dos dois nomes encarregados das pastas de Cultura das prefeituras de Campina Grande e João Pessoa, as duas maiores cidades da Paraíba.
Em Campina Grande, a professora Marlene Alves, ex-reitora da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), assumiu a gestão da Secretaria de Cultura do município, enquanto na capital, o advogado Maurício Burity, ex-presidente da Fundação Espaço Cultural da Paraíba (Funesc), ocupou oficialmente seu posto na direção executiva da Fundação Cultural de João Pessoa (Funjope).
Os dois, no intervalo entre as solenidades e o início do primeiro dia de trabalho, falaram ao JORNAL DA PARAÍBA sobre a filosofia de suas gestões e os projetos que pretendem conduzir ao lado dos atuais prefeitos Romero Rodrigues (Campina Grande) e Luciano Cartaxo (João Pessoa).
Conforme antecipou para a reportagem no dia do anúncio de sua nomeação, na primeira quinzena de dezembro, Maurício Burity afirmou que quer marcar sua atuação na Funjope pelo foco nas comunidades e na descentralização da cultura.
"Será um trabalho de desenvolvimento sociocultural buscando a cidadania", resume Maurício Burity. "Não só levaremos shows e ações pontuais às comunidades, mas projetos acompanhados por outras secretarias", completa o diretor da Funjope.
A perspectiva coincide com a de Marlene Alves, que diz enxergar a Secretaria de Cultura não como uma instituição cujo papel será levar cultura para o povo, mas mapear e prestigiar as manifestações culturais já existentes.
"A rigor, a cultura é inerente ao ser humano. Eu gosto de ir à raiz da cultura, que é cultivar, cuidar. O povo tem a sua cultura e a minha proposta é que as políticas públicas sejam implementadas, para que a cultura que já existe nos bairros seja reconhecida", declara a secretária.
AS EQUIPES
Ambos os secretários estão com reuniões agendadas com as equipes das gestões passadas, capitaneadas por Lúcio Vilar (Funjope) e Eneida Maracajá (Secretaria de Cultura de Campina Grande), e frisam a formação de uma nova equipe sob o critério técnico, acima das questões políticas.
"Do assessor de imprensa ao motorista, não tenho nenum nome ainda", informa Burity. "Mas acho que a cultura tem que dar bom exemplo e ser apolítica e suprapartidária. Quero identificar pessoas que estejam desenvolvendo grande trabalhos na Funjope e mantê-las, agregando outras pessoas, sempre prezando pela função técnica. A equipe é uma prioridade e será apresentada até a semana que vem".
Foi este o prazo dado também por Marlene Alves, que antes de pronunciar qualquer nome, quer primeiro entrar em contato com um memorial administrativo, que está sendo elaborado por sua antecessora.
"Precisamos, ainda, de um tempo para nos apropriar das questões da secretaria e formar uma equipe técnica competente, que possa transformar a pasta (de cultura) em um instrumento para o desenvolvimento e a qualidade de vida".
OS PROJETOS
Segundo Marlene Alves, a sua administração será calcada em incentivo à cultura por meio de editais de financiamento direto ou pelo mecanismo de renúncia fiscal. A secretária também pretende viajar este ano a Brasília (DF), onde quer buscar apoio do Governo Federal e da iniciativa privada.
"Temos que ir atrás de dinheiro, de verbas federais e de parceiros como o BNDES, a Petrobras e o Banco do Brasil", ressalta.
Maurício Burity também espera acionar o terceiro setor, contando com o apoio do Sebrae em projetos como a construção de uma biblioteca municipal, um cinema e uma galeria de arte na cidade.
'Meninas dos olhos' da Funjope, como o 'Corredor Cultural', 'Sabadinho Bom' e o 'Circuito Cultural das Praças' serão mantidos.
"Será um trabalho complexo mas que eu tenho certeza que fará um diferencial", ratifica o diretor executivo. "A Funjope tem um papel importante de ir além dos grandes eventos, então vamos promover projetos pilotos de cultura em dois ou três bairros e avaliar o grau de sucesso para expandi-los para outros bairros", continuou Burity, descrevendo a ideia inicial de relacionar artes plásticas à coleta de lixo em algumas comunidades da Grande João Pessoa.
Em Campina Grande, Marlene Alves pretende, ainda, reforçar a autonomia do Conselho Municipal de Cultura, sem impor ingerências por parte da secretaria para adequar o município no Sistema Nacional de Cultura com um diálogo permanente que vai definir o que ela chamou de uma "estética" ou uma "identidade cultural" para o município.
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