CULTURA
Selo reedita discografia de Xangô
Discografia do sambista Olivério Ferreira, o 'Xangô da Mangueira' é reeditado pelo selo Discobertas.
Publicado em 24/02/2012 às 6:30
Olivério Ferreira (1923-2009), o Xangô da Mangueira, foi um músico carioca fundamental para o sucesso da Escola de Samba que lhe deu o nome artístico. Mas entrou tarde em estúdio. Às vésperas de completar 50 anos, em 1972, gravou seu primeiro álbum, O Rei do Partido Alto, lançado à época pela Copacabana.
Até 1978, gravaria apenas mais três discos, todos pela Tapecar - Velho Batuqueiro (1975), Chão da Mangueira (1977) e Xangô da Mangueira vol. 3 (1978) - e daria por encerrada sua produção discográfica autoral, hoje rara até mesmo nos sebos e inédita no formato digital.
O mesmo Discobertas que lança os ‘baús’ de Moreira da Silva, reedita em CD toda essa pequena e preciosa discografia, álbuns que trazem, em seu repertório, o clássico samba de raiz, orgânico e empolgante, ainda não contaminado pela parafernália eletrônica que acometeria o gênero na década de 80 em diante.
O Rei do Partido Alto não nega o título ao seu autor: é um belo exercício do gênero que tornou Xangô da Mangueira um nome importante da MPB. Aqui, ele regrava sambas que ganharam a voz de Martinho da Vila, como ‘Cheguei no samba’, além de ‘Quando vim de Minas’, que seria retomado por Clara Nunes no ano seguinte.
Na fase da Tapecar, ele viveu seu melhor momento. Emplacou sambas como ‘Carolina, meu bem’, ‘O namoro de Maria’ (parceria com Aniceto do Império) e ‘Festa de Santo Antônio’, de Dona Ivone Lara.
Xangô da Mangueira cantou até o final da vida. Morreu em janeiro de 2009. Tinha 85 anos.
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