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CULTURA

Sem medo das gigantes

Pequenas livrarias da Paraíba não se acanham diante das revoluções do mercado e buscam soluções para se manter no ramo.

Publicado em 30/08/2014 às 6:00 | Atualizado em 11/03/2024 às 12:11

Semana passada, a gigante Amazon começou a vender livros físicos no Brasil com um impacto abissal nos preços, movendo as placas tectônicas do mercado livreiro nacional. O terremoto foi sentido em altas escalas pelas grandes concorrentes. Mas qual foi a real amplitude sísmica entre as pequenas livrarias de cidades como João Pessoa, por exemplo?

Segundo Heriberto Coelho, da livraria O Sebo Cultural, as mudanças do cenário não provocaram diferença alguma para o segmento. “Essa onda de que a internet está diminuindo as vendas das livrarias físicas, na prática, não é verdadeira”, defende o dono de um dos principais espaços de venda de livros da Paraíba que não estão vinculados às redes que dominam o negócio. “As pessoas vão continuar publicando o livro em papel e comprando em livrarias tradicionais”, acredita o empresário.

Opinião ligeiramente diversa tem Ricardo Pinheiro, da Livraria do Luiz (que, ao contrário d'O Sebo Cultural, vende apenas livros novos). Segundo ele, não só a internet como também a falta de políticas públicas de incentivo à leitura influenciaram na diminuição do movimento nas livrarias. “Hoje em dia, a facilidade com que a informação circula na internet e a falta de hábito de leitura do brasileiro o afastou das livrarias”, reconhece.

Coincidência ou não, pouco antes da inserção da Amazon no mercado, tanto O Sebo Cultural quanto a Livraria do Luiz haviam acabado de inaugurar novas unidades na capital, ampliando a atuação e renovando-se em um segmento que, como o das locadoras de filmes, já foi condenado pelos especialistas a definhar nos últimos anos, antes do inevitável e completo fracasso.

Contrariando os prognósticos mais pessimistas, no entanto, O Sebo Cultural resiste já há quase três décadas. A Livraria do Luiz, há mais de 40 anos (ela começou em 1972 com Luiz Carvalho da Costa, pai adotivo de Ricardo. O lendário Luiz morreu em 2007 e foi precursor da venda de livros técnicos na Paraíba com sua Cultural de Livros Paraibana, na Rua Duque de Caxias).

PREÇOS E VARIEDADE
“A gente tem preços mais amenos e uma boa variedade de livros”, prossegue Heriberto, que alocou parte do acervo de 350 mil livros na nova loja da livraria no Shopping Sul (onde já funcionou a Livraria Almeida, que não resistiu ao estrangulamento e às pressões do comércio). Ele diz ter aberto o primeiro sebo instalado em um shopping no Brasil. “Temos sete mil livros lá e está sendo um sucesso. A gente também trabalha com um acervo digitalizado e o atendimento é um diferencial, já que, se você procurar um livro na loja do shopping e ele não estiver disponível, podemos mandar buscá-lo por um motoboy na loja do Centro.”

A Livraria de Luiz inaugurou uma nova instalação na Rua Rodrigues de Aquino, no Centro, próximo ainda da matriz, na Galeria Augusto dos Anjos. A filial tem uma peculiaridade: ela vende unicamente livros a preços promocionais, bem abaixo do mercado. “Em parceria com algumas editoras e distribuidores, estamos conseguindo vender livros de ponta de estoque e praticar descontos que vão de 50% a 80%”, revela Ricardo Pinheiro, que também herdou o ponto de outra livraria que fechou. “Era uma livraria especializada em livros jurídicos que fechou e foi para Natal.”

Os esforços da Livraria do Luiz e d'O Sebo Cultural para se adaptarem às novas dinâmicas e não perder clientes em um contexto de franca competição não param por aí. As livrarias se tornaram também virtuais, atendendo a todo o país. A Livraria do Luiz vende exclusivamente em seu site

(www.livrariadoluiz.com.br). O Sebo Cultural, tanto no seu site (www.osebocultural.com.br) quanto em redes de sebos online como a Estante Virtual (www.estantevirtual.com.br), a Sebos Online (www.sebosonline.com.br) e a Livronauta (www.livronauta.com.br). “Inicialmente”, conta Heriberto, “vendíamos apenas pela Estante Virtual, mas eles passaram a cobrar uma porcentagem mais elevada de lucro nas vendas e decidimos abrir o leque.”

No mês de outubro, avisa Ricardo Pinheiro, a Livraria do Luiz da Galeria Augusto dos Anjos vai ser ampliada (uma reforma já foi feita há três anos) e ganhará um café. A estratégia tem em vista a realização de projetos literários como lançamentos e bate-papos com autores, dinâmica também adotada n'O Sebo Cultural. “Nós realizamos uma série de ações culturais, forma de dar transparência à nossa marca”, declara Heriberto.

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Jornal da Paraíba

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