CULTURA
Semam notifica casas e suspende shows no Centro Histórico
Duas casas de shows situadas no Centro Histórico de JP foram advertidas e notificadas por ultrapassarem volume de som. Empresários acusam Semam de autoritarismo.
Publicado em 20/01/2010 às 8:21
Astier Basílio
Do Jornal da Paraíba
De um lado, os produtores de shows do Centro Histórico de João Pessoa, que reivindicam o direito de realizar suas apresentações. Do outro, a Secretaria de Meio Ambiente (Semam), resguardando o direito ao sossego dos cidadãos.
A questão ganhou até a internet, onde ambos os lados, inclusive a secretária em exercício, Rossana Honorato, deram início a um debate no qual produtores e artistas pedem um espaço livre para desenvolvimento da cultura. No Twitter, o movimento ganha forma através do #Varadouro.
Historiando a questão toda: na última quinta-feira, no Espaço Mundo, à 1h, durante apresentação das bandas Gauche e Flying Back, fiscais da Semam chegaram.
“Chegaram pedindo para parar. Não queriam conversar. Pedimos para eles fazerem a aferição. Simplesmente não quiseram, foram extremamente arrogantes”, relatou, por telefone Rayan Lins, um dos sócios do Espaço Mundo. Os fiscais da Semam voltaram no sábado, às 2h40, no mesmo Espaço Mundo.
“Eles pediram alvará de funcionamento para espetáculos sonoros. Nós dissemos que éramos da Associação Brasileira das Casas de Show do Brasil, pagamos mensalmente, inclusive. Eles disseram que se nós não parássemos, iriam nos multar em R$ 5 mil”, contou, também por telefone, Bruno Torres, um dos sócios do Espaço Mundo, que estava no local quando aconteceu a ação.
Esta é a versão dos produtores de shows. Além do Espaço Mundo, o Galpão 17, localizado nas imediações, também foi notificado.
Em contato por telefone com a reportagem, a secretária em exercício, Rossana Honorato, explicou que “os espaços estão atuando sem licença ambiental, apesar da orientação recebida”. “É preciso se providenciar a forração acústica, que são revestimentos especiais, para atenuar o impacto sonoro, evitando, assim, a propagação”, explica Honorato.
Se os produtores acusam os fiscais de postura arrogante, Rossana se queixa de igual postura da parte dos produtores. “Recebi uma mensagem no Twitter, deste que agora está em São Paulo (Rayan, participando de um encontro), exigindo prioridade para esse atendimendo. Então eu marquei uma reunião hoje (ontem) para as 18h” (depois do fechamento desta edição).
Rossana Honorato acena com a possibilidade de acordo e diz que quer realizar um fórum com a sociedade para combater a poluição sonora. “Precisamos compreender que a cidade é de todo mundo e temos que garantir o sossego das pessoas”, avaliou.
Funcionando desde abril de 2009, o Espaço Mundo é um coletivo de produção cultural formado por artistas, produtores, jornalistas, designers, fotógrafos trabalham no fomento e consumo da cultura independente, em especial da música paraibana.
Comentários