CULTURA
Sétima Arte no pé da letra
Projeto Cine Arte JP do Box/Cinépolis apresenta nesta sexta-feira (18) adapatação do romance de Lionel Shriver 'Precisamos Falar Sobre Kevin'.
Publicado em 18/05/2012 às 6:30
A literatura inspira o cinema desde seu começo. Três das quatro estreias que entram em cartaz nesta sexta-feira nos cinemas de João Pessoa bebem da fonte das letras.
No projeto Cine Arte JP, realizado no Box/Cinépolis, a adaptação Precisamos Falar sobre Kevin (We Need to Talk About Kevin, EUA, Reino Unido, 2011) toca em uma ferida ainda não cicatrizada pelos norte-americanos: massacre na escola por jovens.
Baseado no livro homônimo da Lionel Shriver lançado em 2003, o filme da escocesa Lynne Ramsay é mais além do que o desconforto que a plateia de Cannes sentiu o ano passado, quando o longa participou da mostra competitiva do festival, ou de assassinatos em massa como em Columbine, nos EUA.
Carregado de simbologias e silencioso, a produção mostra a inglesa Tilda Swinton como uma mãe que tem uma complicada vivência com o seu primogênito (Jasper Newell quando criança e Ezra Miller quando adolescente), que se encontra nas asas de um pai permissivo (John C. Reilly). O impacto da maternidade e a criação do Kevin do título resulta (ou não) na moldura de um 'assassino', onde cabe a foto do jovem introspectivo.
Já o suspense O Corvo (The Raven, Espanha, Hungria, EUA, 2012) não remete a um livro específico, mas ao universo do escritor norte-americano Edgar Alan Poe (1809-1849).
Vivido por John Cusack (Alta Fidelidade, Identidade) o literato mergulha na sua própria obra quando um assassino serial passa a imitar os crimes de seus contos: o anfitrião é morto em uma festa, um homem é cortado ao meio por uma lâmina suspensa num pêndulo, a vítima é enterrada viva embaixo de uma casa, entre outras atrocidades.
O filme cita obras 'reais' do autor, considerado um dos precursores da literatura de ficção científica e fantástica modernas: Os Assassinatos da Rua Morgue (1841), A Máscara da Morte Rubra (1842), O Poço e o Pêndulo (1843), e o famoso conto de 1845 que dá batismo ao longa conduzido por James McTeigue, V de Vingança.
No lado verde-amarelo, a inspiração para o diretor José Henrique Fonseca (O Homem do Ano) foi a biografia Nunca Houve um Homem como Heleno (2006), de Marcos Eduardo Novaes, sobre a carreira do jogador de futebol do Botafogo nos anos 1940 Heleno de Freitas (veja o texto ao lado).
Único fora do 'mundo das letras', Plano de Fuga (Get the Gringo, EUA, México, 2012) traz Mel Gibson de volta aos filmes de ação.
Ele interpreta um criminoso norte-americano que ultrapassa a fronteira entre Estados Unidos e México durante a fuga de um roubo a banco.
Comentários