icon search
icon search
home icon Home > cultura
compartilhar no whatsapp compartilhar no whatsapp compartilhar no telegram compartilhar no facebook compartilhar no linkedin copiar link deste artigo
Compartilhe o artigo
compartilhar no whatsapp compartilhar no whatsapp compartilhar no telegram compartilhar no facebook compartilhar no linkedin copiar link deste artigo
compartilhar artigo

CULTURA

Sexo, drogas e música eletrônica

Intrigante e cheio de questionamentos, novo filme de Marcos Prado, 'Paraísos Artificiais' estreia no circuito da capital nesta sexta-feira (4).

Publicado em 04/05/2012 às 6:30


Sexo, drogas sintéticas e música eletrônica. Esse é o tripé de Paraísos Artificiais, o primeiro longa-metragem ficcional de Marcos Prado, diretor do premiado documentário Estamira (2004) e produtor dos filmes da franquia Tropa de Elite, que entra no circuito de João Pessoa a partir desta sexta-feira.

“É uma história de amor, paixão e relacionamento em geral”, resume o realizador carioca em entrevista ao JORNAL DA PARAÍBA.

Dois dias antes da sua estreia comercial, o filme ambientado no Rio, Recife e Amsterdã ganhou quatro troféus Calunga de Ouro do tradicional Cine PE (nas categorias Fotografia, Montagem, Edição de Som e Atriz Coadjuvante para Divana Brandão), além de causar incômodo em algumas pessoas que foram conferir a sua exibição no festival pernambucano, por causa das cenas de sexo e pelo consumo de drogas (confira os ganhadores do festival na página 3).

Para Prado, tais pessoas têm uma postura conservadora. “A percepção de moralidade no mundo é inerente de cada pessoa”, comenta. “Algumas pessoas acreditam ser apologéticas, mas mudam de ideia no decorrer do filme. Não tenho mensagem. O que tenho é perguntas para vocês, afinal, os jovens usam drogas por vários motivos: fuga, tédio, recreação, espiritualidade... São diversas maneiras de buscar alterar a consciência.”

Em uma paradisíaca praia do Nordeste, Shangri-La é um enorme festival de arte e cultura alternativa que mais parece um Woodstock contemporâneo de música eletrônica. Entre os jovens que buscam as experiências sensoriais do evento está a DJ Érica (Nathalia Dill, a Débora da telenovela Avenida Brasil, da Rede Globo), que conhece Nando (Luca Bianchi) através da sua melhor amiga, Lara (Lívia de Bueno). Os três vivem experiências sensoriais intensas que vão trazer grandes consequências para o resto de suas vidas.

“É um filme sério sobre jovens”, resume o diretor, que inverte os papéis na produção, tendo o amigo José Padilha como produtor.

“É para entender quem está consumindo e não a droga. Entender o garoto que também está ligado às conexões imediatistas, entender um pouco a geração.”

FILME SENSORIAL
Como bom documentarista, Marcos Prado realizou uma pesquisa de 2 anos e meio para desenvolver argumentos reais para a ficção. Entrevistou policiais e traficantes, visitou raves e festivais em diferentes países, conversando com DJs, viciados, detentos, antropólogos e clínicas de reabilitação.

Entre os livros que pesquisou, estão Amor Líquido e Tempos Líquidos, do Zigmunt Bauman, além de filmes como The Doors (1990), de Oliver Stone, Réquiem para um Sonho (2000), de Darren Aronofsky, Groove (2000), de Greg Harrison, e o alemão Berlin Calling (2008), de Hannes Stöhr.

Com uma narrativa não-linear, a trama de Paraísos Artificiais é dada a conta gotas. O título é inspirado no livro homônimo do francês Charles-Pierre Baudelaire (1821-1867). "Li o livro e achei que o título se encaixava perfeitamente no filme, embora aborde outra época – meados do século 19 – e o consumo de outras drogas como vinho, ópio e haxixe, não Peiote, ecstasy e GHB (uma versão líquida do ecstasy)".

O realizador submeteu os protagonistas a um exaustivo processo de preparação, comandado pela experiente Fátima Toledo, preparadora de elenco de produções como Cidade de Deus (2002) e o próprio Tropa de Elite (2007).

A produção busca um tratamento sensorial, através da estética da música e a construção das longas sequências apresentadas no filme. “A música eletrônica está estabelecida como cultura.

Está nas noites, nas boates, na moda, nas tribos e em outras cenas urbanas.”

O longa apresenta também cenários grandiosos, construídos para receber cerca de 6 mil figurantes, sendo 1,5 mil em apenas uma das cenas, na Praia do Paiva, no Recife. De acordo com Prado, foram selecionadas a dedo cerca de 300 pessoas como extras para fazer parte do elenco e aclimatar eles para as cenas mais próximas. "Mesmo assim perdi várias sequências maravilhosas, com as pessoas olhando para a câmera (de Lula Carvalho, filho do paraibano Walter Carvalho). Em plano aberto, a multidão funciona muito bem."

O próximo longa-metragem de ficção de Marcos Prado já tem nome: Nó na Garganta, uma história inspirada no livro Entre Derrotas e Vitórias, de Raphael Michael. "Será sobre os jovens das gangues de futebol. O tema é sempre determinante na minha escolha."

Imagem

Jornal da Paraíba

Tags

Comentários

Leia Também

  • compartilhar no whatsapp
  • compartilhar no whatsapp
    compartilhar no whatsapp
  • compartilhar no whatsapp
  • compartilhar no whatsapp
  • compartilhar no whatsapp