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SILVIO OSIAS

7 de julho é uma data que está irreversivelmente associada à morte. Explico

Publicado em 07/07/2022 às 13:14


                                        
                                            7 de julho é uma data que está irreversivelmente associada à morte. Explico
Walter Galvão. Foto: Funesc/Divulgação

Hoje é quinta-feira, 7 de julho de 2022. É dia de celebrar a vida de Ringo Starr, o mais velho dos quatro Beatles. Faz 82 anos o baterista. Mas, para mim, 7 de julho é uma data irreversivelmente associada à morte. Primeiro, porque foi num 7 de julho - em 1994 - que minha mãe morreu. Tinha 71 anos e vinha de uma longa e penosa convivência com o Mal de Alzheimer. Lá se vão 28 anos daquele início de noite em que larguei tudo na redação para encontrá-la ainda com vida, mas, quando cheguei em casa, já era tarde.

7 de julho de 1990. Foi o dia da morte de Cazuza. Eu estava no balcão de uma loja de discos quando vi a notícia na tela de uma TV. Cazuza e sua luta pela vida, contaminado pelo HIV numa época em que, junto com o teste, o paciente recebia uma sentença de morte. Cazuza, menino do Rio, garoto talentoso do rock and roll, artista do Brasil, que eu entrevistei no momento em que percorria o país com o show que está no álbum O Tempo Não Para.

7 de julho de 2010. Morreu Ezequiel Neves. Incrível coincidência. Ezequiel se foi no vigésimo aniversário da morte de Cazuza, de quem foi parceiro, produtor e grande amigo. Ezequiel Neves, Zeca Jagger - grande figura do jornalismo cultural brasileiro. Transgressor notável, irreverente, inteligente no que dizia e no que escrevia. No dia em que entrevistei Cazuza, Ezequiel estava ao lado, tomando banho de piscina. A única vez em que o vi de perto.

Quem também morreu num 7 de julho foi o músico Syd Barrett. 2006. Um câncer de pâncreas encerrou, aos 60 anos, uma das histórias mais tristes do mundo da música pop. Barrett integrava o Pink Floyd no início, mas as drogas, sobretudo o ácido, rapidamente inviabilizaram a sua presença no grupo. Viveu em reclusão por mais de 30 anos. Sem Syd Barrett, não haveria Pink Floyd.

Ronaldo Cunha Lima morreu em 7 de julho de 2012. Lembro das lutas democráticas do político e do homem que amava a poesia. É justo que seja chamado de Poeta. Contando histórias, era irresistivelmente sedutor. Minha mãe morava em Campina Grande quando Ronaldo começou a atuar na política. A paixão dele e a dela por Limelight, o filme e a música de Chaplin, se deu na mesma época e no mesmo lugar. Acabaram morrendo num 7 de julho.

Walter Galvão morreu em 7 de julho de 2021. Um câncer o levou velozmente. Tinha somente 64 anos. Amigo querido por 50 anos, companheiro de ofício e de redações. Perda geracional. Daquelas perdas que fazem a gente pensar no quanto é fácil não estar mais aqui. Gilberto Gil costuma dizer que devemos refletir todos os dias sobre a inevitabilidade da morte, conselho que ouviu de Walter Smetak. Sábio conselho.

Imagem ilustrativa da imagem 7 de julho é uma data que está irreversivelmente associada à morte. Explico

Silvio Osias

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