SILVIO OSIAS
A ditadura matou Vladimir Herzog há 50 anos
O jornalista foi assassinado no DOI-CODI, em São Paulo.
Publicado em 24/10/2025 às 8:37

Neste sábado, 25 de outubro de 2025, faz 50 anos que o jornalista Vladimir Herzog foi assassinado nas dependências do DOI-CODI, em São Paulo.
O 25 de outubro de 1975, um sábado, o dia do assassinato de Herzog, não deve ser esquecido. A violência da ditadura militar não deve ser esquecida.
Vladimir Herzog foi convocado a prestar depoimento no DOI-CODI. Queriam saber das ligações dele com o Partido Comunista Brasileiro, que estava na ilegalidade.
Vladimir Herzog, 38 anos, diretor de jornalismo da TV Cultura, se apresentou espontaneamente no DOI-CODI e de lá saiu morto. Suicídio foi a versão oficial.
O rabino Henry Sobel, à frente da comunidade judaica de São Paulo, viu o corpo de Herzog e identificou as marcas da tortura e do assassinato. Herzog era judeu.
O presidente Ernesto Geisel, quarto e penúltimo general do ciclo militar inaugurado em 1964, exonerou o general Ednardo D'Ávila Mello, comandante do II Exército.
No dia 31 de outubro de 1975, uma celebração ecumênica em memória de Vladimir Herzog reuniu milhares de pessoas na Catedral da Sé, em São Paulo.
As forças da repressão tentaram impedir, mas o ato aconteceu e foi a primeira grande manifestação contra a ditadura desde a edição do AI-5, em dezembro de 1968.
O arcebispo de São Paulo, Dom Paulo Evaristo Arns, dividiu a celebração com o rabino Henry Sobel e com o pastor protestante James Wright.
"Choram Marias e Clarices/No solo do Brasil". A Clarice citada na letra do samba O Bêbado e a Equilibrista, de João Bosco e Aldir Blanc, é a viúva de Herzog.
Morto pelo Estado brasileiro, Vladimir Herzog se transformou num símbolo das lutas da sociedade civil contra a ditadura militar e em defesa dos direitos humanos.
Neste sábado, 25 de outubro de 2025, muitos vão lembrar que faz 50 anos da sua morte. É importante porque o golpismo permanece vivo no Brasil.

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