SILVIO OSIAS
Agressão a jornalista é incompatível com a democracia, mas combina com Maduro
Publicado em 31/05/2023 às 6:24
A segurança do presidente venezuelano Nicolás Maduro agrediu jornalistas nesta terça-feira (30), em Brasília, no encerramento do encontro de presidentes da América do Sul. A repórter Delis Ortiz (Foto/Reprodução), da Rede Globo, levou um soco no peito.
O governo brasileiro, através do Ministério das Relações Exteriores, lamentou o ocorrido. No Jornal Nacional, a Rede Globo repudiou as agressões e cobrou punição.
É simples assim: agressão a jornalistas, ainda mais no momento em que eles estão atuando profissionalmente, é algo incompatível com a liberdade de imprensa, que a Constituição assegura, e com a própria democracia.
Também é simples assim: agressão a jornalistas lamentavelmente combina com Nicolás Maduro. O presidente venezuelano é um ditador e, sob Maduro, a Venezuela é uma ditadura.
O Brasil deve, sim, manter relações diplomáticas e comerciais com a Venezuela. Nessa perspectiva, estão corretos o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o governo brasileiro na retomada do diálogo interrompido pelo então presidente Jair Bolsonaro.
Mas o presidente Lula erra nos elogios que faz a Maduro. O regime venezuelano viola os direitos humanos, desrespeita a liberdade de imprensa, persegue e executa adversários políticos.
Lula foi eleito empunhando a bandeira da democracia. No governo e em campanha, quem defendia ditadura e a perpetuação no poder era seu adversário, Jair Bolsonaro.
Há algo de simbólico na agressão aos jornalistas em Brasília. O que, aqui, aconteceu em pequena escala, fala sobre o que, em grande escala, acontece lá, na Venezuela de Nicolás Maduro.
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