SILVIO OSIAS
Aos 80 anos, Charlie Watts pode parecer com tudo, menos com um homem do rock'n' roll
Publicado em 02/06/2021 às 8:09 | Atualizado em 30/08/2021 às 20:51
Charlie Watts, o baterista dos Rolling Stones, faz 80 anos nesta quarta-feira (02).
É uma figura circunspecta.
Até no palco, é uma figura circunspecta, ao contrário de Mick Jagger, Keith Richards e Ronnie Wood, seus companheiros de banda.
Quando é visto fora do show, às vezes comprando cavalos, fica parecido com o mais tradicional dos ingleses.
Watts faz seu trabalho com precisão.
O som da sua bateria é inconfundível.
Simples e eficiente.
Tem assinatura, a despeito dos que dizem não ser bom músico.
Mas, enquanto Jagger se exibe como um dos grandes artistas de palco do mundo, ele dá a impressão que não está nem aí com tudo aquilo que está acontecendo diante dos seus olhos e de milhares de espectadores.
Tinha cara de rocker no passado, quando usou cabelos longos e ficou dependente de heroína.
Depois, não mais.
Está sempre quieto, lá atrás, conduzindo a banda com sua batida.
A conta bancária não permite que largue o negócio, mas o que ele gosta mesmo é de tocar jazz, e, de vez em quando, grava uns discos que nada têm a ver com o som dos Rolling Stones.
Sempre ovacionado pelos fãs, ele agradece timidamente e mal esboça um sorriso.
Esse austero senhor, agora octogenário, pode parecer com tudo, menos com um homem do rock'n' roll.
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