SILVIO OSIAS
Billie Holiday, a maior cantora do jazz, morreu há 60 anos
Publicado em 17/07/2019 às 7:28 | Atualizado em 30/08/2021 às 20:40
Billie Holiday ainda não era Billie Holiday.
Era Eleonora, nascida na Filadélfia em 1915.
Eleonora e sua vida miserável na infância e adolescência.
Fugindo da prostituição, tentou emprego como dançarina.
Foi quando ouviu do dono de um bar:
Dançarina, não. Tenho vaga para cantora. Você sabe cantar?
Ao que respondeu:
Cantar? Ora! Todo mundo sabe!
E cantou!
*****
Billie Holiday foi a maior de todas as cantoras do jazz.
A maior e a mais verdadeira.
A voz doce e amarga.
Um pouco rouca.
Ligeiramente infantil.
Levemente perversa.
Ou perversamente infantil.
Querem saber?
É inútil.
As palavras não dirão como era a sua voz!
*****
O melhor de Billie Holiday está nos discos de 78 rotações que gravou na Columbia, entre 1933 e 1942.
São tecnicamente limitados, mas a voz está no auge.
Nos anos 1940, há passagens pela Commodore e pela Decca.
Na década de 1950, sob contrato da Verve, fez discos muito bem gravados, mas com a voz já afetada pelas drogas e pelo álcool. De todo modo, são de uma beleza imensa.
O final - no álbum Lady in Satin - foi novamente na Columbia.
*****
Em março de 1959, Billie enterrou o saxofonista Lester Young, seu querido amigo e grande parceiro musical.
A caminho do cemitério, disse ao crítico de jazz Leonard Feather:
Serei a próxima.
E estava certa.
A cirrose hepática, a insuficiência cardíaca e um edema pulmonar mataram Billie Holiday no dia 17 de julho de 1959.
Faz 60 anos. Tinha 44.
Sua vida foi uma tragédia.
Comentários