SILVIO OSIAS
Campina Grande também é nome de baião!
Publicado em 11/10/2017 às 7:10 | Atualizado em 31/08/2021 às 7:44
Conheci Campina Grande muito cedo através da memória afetiva da minha mãe. Ela morou lá no início dos anos 1950 e deu aulas no Colégio das Damas.
O momento (e o impacto) do assassinato de Félix Araújo era uma história que ouvi repetidas vezes.
Havia a lembrança de um filme que comoveu muita gente nos idos de 1953/1954. Luzes da Ribalta, de Chaplin, com seu tema musical inesquecível.
Tão inesquecível que, 60 anos mais tarde, tocou no funeral do poeta Ronaldo.
Acordei de madrugada para pegar o ônibus das cinco no dia em que minha mãe me levou pela primeira vez a Campina Grande.
O menino que já gostava de cinema pediu para ir ao Capitólio.
O filme? Duelo em Diablo Canyon, western B de Ralph Nelson.
Capitólio, Babilônia, Avenida e São José. Quis ver onde cada um ficava.
Mais tarde, a cidade envolvida com cinema.
Os filmes inacreditáveis de Machado, os irmãos Azevedo e as críticas de Bráulio Tavares no Diário da Borborema. Ah!, as críticas de Bráulio no DB!
E aí veio Agnaldo Almeida e disse: o forró morou em Campina Grande!
Não era preciso mais nada! Campina Grande já me conquistara!
Foi Gilberto Gil (numa entrevista que Rômulo Azevedo e eu gravamos na TV Cabo Branco) que viu algo de Nova York em Campina Grande.
E foi Marcos Valle, músico refinado da segunda geração da Bossa Nova, que sentiu que a cidade merecia uma homenagem. E compôs um lindo baião moderno chamado Campina Grande.
Então, parabéns, Campina Grande! Ao som do baião de Marcos Valle!
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