SILVIO OSIAS
Chuck Berry fields forever!
Publicado em 04/04/2017 às 15:52 | Atualizado em 31/08/2021 às 7:46
O disco de inéditas que Chuck Berry gravou nos meses que antecederam sua morte será lançado em junho.
Desde 1979 que ele não lançava material novo.
Nem precisava!
Chuck Berry é um fundador. O que ele produziu e deixou como extraordinário legado está concentrado nos anos iniciais de sua longa carreira. O resto foi manutenção.
Em Berry, temos uns 20 hits absolutamente imbatíveis e antológicos. Neles, há as letras com os "comentários sociais" para os quais John Lennon chamava atenção. Na guitarra, foi um inventor e, com ela, compôs uma introdução que se repete em vários números e se confunde com o próprio rock. Ele criou um modo de tocar o instrumento, influenciando grandes músicos que surgiriam nos anos seguintes, sobretudo na década de 1960. E ainda há que se destacar a liberdade e a vitalidade de sua performance no palco.
O resumo de tudo isso é que Chuck Berry foi parte fundamental da invenção do rock.
Beatles?
Rolling Stones?
Não seriam o que foram sem ele!
A cultura pop o reverenciou em dois momentos marcantes do cinema. Nos anos 1980, sua Johnny B. Goode reapareceu numa sequência inesquecível de De Volta Para o Futuro.
Mais tarde, Quentin Tarantino resgatou You Never Can Tell em Pulp Fiction, na cena em que Uma Thurman e John Travolta participam de um concurso de dança.
Antes, na década de 1970, ao difundir sua adesão ao rock, Gilberto Gil foi buscar na Strawberry Fields Forever dos Beatles o título do seu tributo a Berry e ao rock'n' roll.
E bradou:
Chuck Berry fields forever!
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