Ciro Gomes bateu pesado em Lula e em Bolsonaro ao confirmar sua candidatura no Manifesto à Nação

O domingo (25), a sete dias do primeiro turno da eleição presidencial, terminou com uma convocação de Ciro Gomes. O candidato do PDT anunciava para esta segunda-feira (26), às 10 da manhã, um Manifesto à Nação. A convocação tinha algo de solene. O conteúdo, portanto, teria que ser solene.

O que Ciro Gomes teria a dizer à Nação? Muitos especularam que ele anunciaria que deixava de ser candidato para apoiar Lula. Não me pareceu nem um pouco provável. Ora, Ciro bateu tanto no ex-presidente e no PT que perdeu as condições de estar junto de Lula, mesmo no segundo turno.

Ciro Gomes vai abrir mão da candidatura e apoiar Jair Bolsonaro, especularam outros. Impossível! Isso é argumento dos que querem demonizar o pedetista. Ciro pode ter muitos defeitos, pode estar cumprindo um papel repleto de equívocos na atual campanha, mas, definitivamente, ele não tem nada de bolsonarista.

Restou uma outra alternativa. O manifesto de Ciro será de confirmação da sua candidatura. Um pronunciamento forte, contundente, com duras críticas tanto a Lula quanto a Bolsonaro. E com um apelo dramático ao eleitor no sentido de que ele, Ciro, é o único capaz de mudar o Brasil.

Foi o que vimos. Ciro Gomes deu início ao pronunciamento com 15 minutos de atraso e leu um texto que durou cerca de 10 minutos. Reafirmou que é candidato, contestou o voto útil, bateu pesado em Lula, bateu pesado em Bolsonaro, reconheceu que os dois não são iguais, mas que há alguma convergência entre eles.

O Manifesto à Nação de Ciro Gomes pode ser resumido como um "Ciro não desiste". Na obstinação e também na teimosia, havia algo do velho Leonel Brizola. Nem tudo o que o candidato disse é mentira. Mas, nele, há um grosseiro erro histórico. Nessa eleição de 2022, somente uma candidatura democrática eleitoralmente viável está sendo oferecida aos brasileiros. E essa candidatura não é a de Ciro Gomes.