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SILVIO OSIAS

Democracia precisa de um civil no comando do Ministério da Defesa

Publicado em 09/12/2022 às 6:35


                                        
                                            Democracia precisa de um civil no comando do Ministério da Defesa

Não faz tanto tempo assim, até o final dos anos 1990, as Forças Armadas tinham três lugares no primeiro escalão do governo: um general no Ministério do Exército, um almirante no Ministério da Marinha e um brigadeiro no Ministério da Aeronáutica. Isso acabou, em 1999, com a criação do Ministério da Defesa, no segundo mandato do presidente Fernando Henrique Cardoso.

Os três ministérios foram extintos, o Exército, a Marinha e a Aeronáutica passaram a ter comandantes, e estes, por sua vez, eram subordinados ao Ministério da Defesa, ocupado por um civil. Esse era o conceito quando ocorreu a mudança. E é muito importante lembrar que não houve crise militar alguma. O Ministério da Defesa foi criado sem traumas, fortalecendo a vida democrática.

Nelson Jobim foi ministro da Defesa. José Alencar, o vice de Lula, também foi. Dois comunistas chegaram a ser: Aldo Rebelo e Raul Jungmann. Sabe-se, aliás, que Rebelo, em particular, teve ótimo relacionamento com os comandos militares. Foi assim nos governos de Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva. Mas não custa reconhecer que a criação da Comissão da Verdade, sob Dilma Rousseff, azedou a relação.

O ministério da Defesa passou a ser comandado por um militar no governo de Michel Temer, e, obviamente, assim ficou no governo de Jair Bolsonaro. Bolsonaro não militarizou somente o comando do Ministério da Defesa, mas o próprio governo. Chegamos a ver o ministro da Defesa, ao lado do presidente, sobrevoando a Praça dos Três Poderes, em Brasília, num helicóptero, durante um ato antidemocrático.

Com a derrota de Bolsonaro e a volta de Lula, o governo deve ser desmilitarizado para que os militares cumpram, de fato, seu papel constitucional. Mas há tensões entre as Forças Armadas e o presidente eleito, e estas precisam ser administradas com tato. Lula não titubeou: o Ministério da Defesa será, sim, devolvido a um civil. A questão é entregá-lo a um político sabedor do exato significado do verbo distensionar.

O nome do futuro ministro da Defesa deve ser anunciado no final da manhã desta sexta-feira (09), num entrevista coletiva do presidente eleito, em Brasília. É quase certa a confirmação de José Múcio Monteiro (Foto/Divulgação TCU), que já foi deputado federal e ministro do TCU. Tem ótima relação com os militares e é da confiança de Lula. Múcio é um dos quadros da direita pernambucana. Tem o perfil que o cargo - sobretudo agora - exige.

Imagem ilustrativa da imagem Democracia precisa de um civil no comando do Ministério da Defesa

Silvio Osias

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