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SILVIO OSIAS

Direita bolsonarista enche cinemas com ingressos gratuitos enquanto poucos pagam para ver Elis e Tom

Publicado em 04/10/2023 às 10:59


                                        
                                            Direita bolsonarista enche cinemas com ingressos gratuitos enquanto poucos pagam para ver Elis e Tom

Nas redes sociais, o cineasta pernambucano Kleber Mendonça Filho disse que Retratos Fantasmas foi visto por 70 mil espectadores. Disse também que quem foi ao cinema ver Retratos Fantasmas pagou pelo ingresso. Kleber sabe, como muitos de nós sabemos, que, ao mesmo tempo, as pessoas estão recebendo ingressos gratuitos para as sessões de Som da Liberdade.

Vi no whatsapp mensagem dando conta de que, em João Pessoa, numa determinada sala, você pode ver Som da Liberdade sem pagar pelo ingresso e ainda ganha pipoca e refrigerante. Nos últimos dias, o filme foi o mais visto nos cinemas brasileiros. Entre os espectadores famosos, estavam o senador Flávio Bolsonaro e a senadora Damares Alves.

Som da Liberdade é um filme cujo conteúdo interessa à extrema-direita. Tanto a trumpista dos Estados Unidos quanto a bolsonarista brasileira. Daí, conforme noticiado pela mídia, a distribuição de ingressos gratuitos e o fato de que, entre o final de setembro e o início de outubro, o filme foi visto por meio milhão de espectadores no Brasil.

Há um simbolismo no que está acontecendo com Som da Liberdade, e é bom não menosprezá-lo: esse "fenômeno" mostra que a extrema-direita brasileira, aquela que botou Jair Bolsonaro no poder em 2018, está vivíssima. Quem faz o jogo dela, indo ao cinema de graça ver Som da Liberdade, não hesitará na hora de votar num candidato bolsonarista na sucessão do presidente Lula.

Em oposição a isso, outras salas exibem o documentário Elis e Tom, Só Tinha de Ser Com Você. Em João Pessoa, o filme dirigido por Roberto de Oliveira chega, nesta quarta-feira (04), ao fim da segunda semana de exibição numa única sala no Manaíra Shopping. Na primeira, em três sessões diárias. Na segunda, em uma sessão noturna. Amanhã, não tem mais.

Vi duas vezes o filme sobre a gravação do álbum de Elis Regina e Tom Jobim. Nas duas, havia 10 pessoas na sala. Amigos viram e me disseram que havia meia dúzia de espectadores nos dias em que foram ao cinema. Num relato mais positivo, um amigo assistiu ao filme numa sessão de domingo com 30 pessoas na plateia.

Não vou ficar sofrendo nem lamentando. É assim mesmo. No Brasil de 2023, quem quer sair de casa para ver um filme sobre Elis Regina e Tom Jobim? Quem de fato está interessado na voz de Elis e nas canções de Tom ao ponto de pagar ingresso e sentar numa sala de cinema por 100 minutos para ver os dois artistas na telona?

A música de Antônio Carlos Jobim e o canto de Elis Regina estão entre as grandes belezas dos Brasil. Um filme como Elis e Tom, objetivamente, é sobre a gravação de um álbum que ocorreu em Los Angeles, entre e fevereiro e março de 1974. Subjetivamente, é sobre imensas belezas que o talento brasileiro legou ao mundo. Só que o Brasil se transformou num país feio. Muito feio.

Imagem ilustrativa da imagem Direita bolsonarista enche cinemas com ingressos gratuitos enquanto poucos pagam para ver Elis e Tom

Silvio Osias

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