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SILVIO OSIAS

Dizer que o Papa toma droga todo dia foi ousadia que John Lennon cometeu há 50 anos

Publicado em 27/01/2023 às 10:23


                                        
                                            Dizer que o Papa toma droga todo dia foi ousadia que John Lennon cometeu há 50 anos

Janeiro de 1973. 50 anos atrás. Em meio à notícia de que a guerra do Vietnã estava acabando, finalmente chega às lojas de discos do Brasil o álbum Some Time in New York City, de John Lennon e Yoko Ono. Nos Estados Unidos e no Reino Unido, o disco duplo havia sido lançado em junho de 1972, mas, no Brasil, o que se dizia era que a Odeon enfrentara problemas com a Censura para colocar o LP no mercado. Verdade? Lenda? Nunca saberemos.

O que fortalecia a tese de que a Censura dificultara a edição brasileira de Some Time in New York City era o fato de que, até então, o primeiro álbum solo de Lennon - o excepcional John Lennon/Plastic Ono Band - permanecia inédito no Brasil, dois anos após o seu lançamento. O uso do palavrão "fuck" numa letra acabara por retardar por quatro anos a inclusão do Plastic Ono Band no catálogo da Odeon.

Há 50 anos, quando as lojas botaram em suas vitrines o álbum Some Time in New York City, o que chamava a atenção das pessoas era a foto, na capa, do líder chinês Mao Tsé-Tung e do presidente americano Richard Nixon - os dois completamente nus, como se estivessem dançando um rock. Uma montagem, claro. E uma provocação bem ao estilo de Lennon.


				
					Dizer que o Papa toma droga todo dia foi ousadia que John Lennon cometeu há 50 anos

A capa é um primor. A primeira página de um jornal. As "notícias" são as letras das canções. O nome do disco - Some Time in New York City - é como se fosse o nome do jornal. E brinca, naturalmente, com o New York Times. O ano era 1972, e John Lennon e Yoko Ono começavam a morar em Nova York.

"O Papa toma droga todo dia", diz a letra do rock New York City. Lennon juntara-se ao grupo Elephant's Memory Band para fazer seu álbum mais político. Ficou assim: Plastic Ono Elephant's Memory Band.

Um baladaço feminista abre o repertório. "A mulher é o negro do mundo" - cabia bem no debate daquela época. No de hoje, não tenho tanta certeza. A resposta fica para quem tem lugar de fala.

"Não há muita diferença entre Mao e Nixon se eles estiverem nus" - diz Yoko na letra de We're All Water. Somos todos água de rios diferentes. Uma montagem dos dois dançando nus ilustra a "notícia".

O massacre de Ática, a prisão de Angela Davis, o domingo sangrento (muitos anos antes do U2) e a sorte da Irlanda - são temas das canções. As vozes de John e Yoko se alternam, às vezes estão juntas. Some Time in New York City é panfletário, sim, mas é um panfleto inteligente.

Um disco bônus reúne faixas ao vivo em Londres (Lennon, Yoko e uma all star band) e em Nova York (Lennon, Yoko e Frank Zappa). Esse álbum é uma grande evocação do tempo em que foi gravado. E um retrato fidelíssimo do encontro de John com Nova York. "Que pasa, New York? Que pasa, New York?" 

Imagem ilustrativa da imagem Dizer que o Papa toma droga todo dia foi ousadia que John Lennon cometeu há 50 anos

Silvio Osias

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