icon search
icon search
home icon Home > cultura > silvio osias
compartilhar no whatsapp compartilhar no whatsapp compartilhar no telegram compartilhar no facebook compartilhar no linkedin copiar link deste artigo
Compartilhe o artigo
compartilhar no whatsapp compartilhar no whatsapp compartilhar no telegram compartilhar no facebook compartilhar no linkedin copiar link deste artigo
compartilhar artigo

SILVIO OSIAS

Edilane Araújo fica nua em documentário sobre atrizes que migraram para a televisão

Publicado em 22/12/2020 às 6:30 | Atualizado em 30/08/2021 às 20:53

Tirei Danielle Huebra da TV Tambaú e levei para a TV Cabo Branco, uns 20 anos atrás. Trocou uma casa de taipa por uma de alvenaria, como ela definiu à época. Dani tem um dos melhores textos que vi entre repórteres das três emissoras por onde passei e um raro domínio da forma quando está fazendo uma reportagem.

Trabalhei por pouco tempo com Sílvia Torres. Fui orientador dela num período experimental na TV Cabo Branco, que acabou coincidindo com o momento em que deixei a emissora. Só mais tarde fui vê-la atuando com desenvoltura no vídeo. Profissionalmente, nunca mais nos encontramos.

Edilane Araújo foi minha parceira durante muitos anos. Eu, editor do JPB2. Ela, apresentadora do telejornal de maior audiência da televisão local. Temos décadas de amizade, convergências e divergências. Está no topo entre todas as estrelas que entraram nos lares paraibanos desde a fundação da TV Cabo Branco, em janeiro de 1987.

Danielle, Sílvia e Edilane foram atrizes de teatro. Depois migraram para a televisão. Elas são personagens do documentário Em Palcos Televisivos, dirigido por Fabiano Diniz, que acaba de ser premiado no Fest Aruanda.

Dani abre o filme. Seu depoimento é o de melhor construção. É ela que tem a expressão oral mais organizada, a fala mais articulada. É a mais fluente ao transformar o que pensa em palavras. O tempo todo, parece que está atuando. "Meu Deus!" - Huebra e seus personagens que seduzem e também iludem a gente.

Sílvia ocupa o meio da narrativa. É a mais serena. É a que parece mais com ela própria quando está longe das câmeras. Conta sua história nos palcos como quem está conversando com a gente na redação. Foi arrastada para o teatro quando viu Anayde. Há muitos anos, seu teatro é a reportagem de rua.

Edilane é a personagem mais importante do filme. Por isto, é a última a falar. Amou o palco do teatro como amou o estúdio da TV. É forte atuando, mas muitas vezes é frágil na intimidade. Chega a mudar a voz, e essa mudança denuncia suas fragilidades, dizia nosso mestre Erialdo Pereira. Tem saudade e tem dor no depoimento gravado dentro do Teatro Santa Roza, por mais que revele também o  justíssimo orgulho que sente pelo que fez.

Edilane Araújo fica nua, completamente nua, ao reconstituir a sua trajetória. Faz um verdadeiro strip-tease. Muda a voz, como assinalaria Erialdo. E não contém as lágrimas. Sua fala é forte e pode ser surpreendente para os que não a conhecem de perto.

Em Palcos Televisivos é um ótimo documentário, com narrativa bem construída e eficiente edição. Só acho que as cenas de arquivo gravadas em teatros paraibanos poderiam ser mais curtas. O áudio delas é ruim, e a duração quebra o ritmo do filme. Também acho que há excesso nas falas de tom acadêmico. Destoam da emoção das três personagens centrais.

No final, elas fazem breves encenações. Edilane erra na hora de declamar um poema do tio - o saudoso Eulajose. O erro foi mantido na edição final. Engrandece e humaniza a cena.

Se eu fosse dramaturgo, escreveria um texto para devolver Edilane Araújo, Sílvia Torres e Danielle Huebra ao palco.

Imagem ilustrativa da imagem Edilane Araújo fica nua em documentário sobre atrizes que migraram para a televisão

Silvio Osias

Tags

Comentários

Leia Também

  • compartilhar no whatsapp
  • compartilhar no whatsapp
    compartilhar no whatsapp
  • compartilhar no whatsapp
  • compartilhar no whatsapp
  • compartilhar no whatsapp