SILVIO OSIAS
Escritora paraibana Marília Arnaud vence quinta edição do Prêmio Kindle de Literatura
Publicado em 05/02/2021 às 6:27 | Atualizado em 30/08/2021 às 20:53
A escritora paraibana Marília Arnaud (Foto: Rosa Aguiar) venceu a quinta edição do Prêmio Kindle de Literatura com o romance O pássaro secreto.
Nesta sexta-feira (05), a coluna é de Luísa Gadelha, que escreve sobre a obra de Marília e a importância do prêmio.
DENSO ROMANCE PSICOLÓGICO CONSOLIDA MARÍLIA COMO GRANDE ESCRITORA
Luísa Gadelha
Nesta quinta-feira (04) à noite, em cerimônia transmitida ao vivo no Youtube, foi anunciado o romance vencedor da quinta edição do Prêmio Kindle de Literatura. O Prêmio Kindle, promovido pela Amazon em parceria com a Editora Nova Fronteira, premia romances inéditos autopublicados na plataforma kindle. A contemplada da vez é a escritora Marília Arnaud.
Paraibana natural de Campina Grande, Marília Arnaud escreve há mais de trinta anos. Após uma extensa produção de contos - dentre eles, destaco os livros A Menina de cipango, Os campos noturnos do coração e O livro dos afetos -, foi apenas em 2012 que Marília publicou seu primeiro romance, Suíte de silêncios, seguido de Liturgia do fim, em 2016. No segundo semestre de 2020, Marília lançou O pássaro secreto, homenageado da noite, disponível então apenas em e-book na Amazon.
A protagonista de O pássaro secreto, Aglaia Negromonte, é uma adolescente confusa, impetuosa, solitária e ensimesmada, que tem seu universo virado de ponta-cabeça com o surgimento inesperado de uma meia-irmã, Thalie. Thalie, ao mesmo tempo em que se mostra adorável e atrai as atenções dos familiares de Aglaia, também cativa Demian, o primo por quem Aglaia é apaixonada. A partir de então, um emaranhado de eventos caóticos desestabiliza tanto o mundo interior - intensamente rico - quanto o exterior de Aglaia e dos que a rodeiam.
Neste denso romance psicológico, Marília Arnaud se consolida como a grande escritora que já vinha demonstrando ser e nos agracia, mais uma vez, com uma escrita intimista e bastante pungente. O prêmio, ao lado do último Jabuti, concedido ao baiano Itamar Vieira Júnior, confere uma projeção mais que merecida a escritores nordestinos, tornando a hashtag #LeiaNordeste mais relevante do que nunca.
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Luísa Gadelha é graduada em Letras, mestra em Linguística pela Universidade Federal da Paraíba e doutoranda em Estudos Literários e Feministas pela Universidade do Porto. Servidora da UFPB, também escreve sobre literatura e é editora do site de poesia Zona da palavra. Tem poemas publicados em revistas brasileiras e portuguesas.
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