Foi Espinha de Bacalhau que botou Severino Araújo na antologia do choro

O dia 23 de abril traz a lembrança de Severino Araújo, o maestro da Orquestra Tabajara. É que ele nasceu em 23 de abril de 1917 no município pernambucano de Limoeiro. Severino se projetou musicalmente em João Pessoa e fez carreira no Rio de Janeiro. Morreu em 2012 aos 95 anos.

Severino Araújo foi maestro da Orquestra Tabajara por 70 anos. Ele tinha somente 20 anos, em 1937, quando assumiu o comando da big band que nasceu junto com a Rádio Tabajara da Paraíba. A orquestra de Severino Araújo foi a mais importante de todas as orquestras populares do Brasil.

Severino Araújo foi grande no que fez: extraordinário band leader, exímio clarinetista, talentosíssimo arranjador, notável compositor. Como compositor, está nas antologias do frevo com o clássico Relembrando o Norte, mas a sua maior contribuição como autor está nos muitos choros que escreveu.

Os choros de Severino Araújo têm muito da matriz desse gênero surgido no Rio de Janeiro do século 19, mas têm também a influência do jazz, inevitável num músico cuja big band tinha como referência as grandes orquestras populares dos Estados Unidos.

Chorinho Pra Você, Chorinho em Aldeia, são muitos os choros de Severino Araújo. Há discos inteiramente dedicados a eles. Mas o mais famoso, o mais importante, o de maior popularidade é Espinha de Bacalhau, que todo mundo gravou e tem até versão cantada por Ney Matogrosso e Gal Costa.

Foi Espinha de Bacalhau, essa joia instrumental composta nos anos 1940, que botou Severino Araújo na antologia do choro.