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SILVIO OSIAS

Geraldo Jorge dedicou a vida ao teatro, mas não conseguiu caminhar da margem para o centro

Publicado em 08/04/2024 às 8:02


                                        
                                            Geraldo Jorge dedicou a vida ao teatro, mas não conseguiu caminhar da margem para o centro

Geraldo Jorge (Foto/Reprodução) morreu neste domingo, sete de abril de 2024. Li em breves necrológios que tinha 79 anos. Era cardiopata e diabético e andava doente. A causa da morte teria sido uma broncoaspiração. Quando ocorreu, estava na casa onde morava, no bairro de Jaguaribe.

Geraldo Jorge sempre morou na Benjamin Constant. Nasceu em Cruz das Armas, mas viveu em Jaguaribe. Eu morava na Conceição. Eram ruas paralelas. Na minha infância, ele já era do teatro. Sempre vi Geraldo saindo da sua rua em direção à Vasco da Gama. Pegando o ônibus ou seguindo a pé.

Na sua vida, há o Grupo Tenda, há os incontáveis espetáculos infantis que montou, há o papel de formador de atores e atrizes e até a criação do Pastoril Profano. Na vida de Geraldo Jorge, há o amor e a crença permanente no teatro, que ele abraçou quando era jovem e nunca mais largou.

Nesta segunda-feira (08), as redes sociais estão cheias de homenagens a Geraldo Jorge. Homenagens sinceras, mensagens de saudade, gratidão e reconhecimento pelo seu trabalho. São os tributos que lhe prestam os amigos, sobretudo gente que trabalhou com Geraldo ou que faz teatro por causa dele.

Se pensarmos no teatro feito em João Pessoa, tem Fernando Teixeira, Zezita Matos, Everaldo Pontes, Luiz Carlos Vasconcelos, Nanego Lira. Um dia, teve Ednaldo do Egypto. Cada um a seu modo, cada qual com a sua dimensão, todos ficaram famosos a partir dos palcos nos quais pisaram.

Geraldo Jorge não fazia parte desse grupo. Geraldo Jorge era um rapaz pobre, depois um homem pobre, por fim um velho pobre, que atuou incansavelmente no teatro, que batalhou cotidianamente pelo teatro, mas que ficou à margem do êxito que outros conquistaram.

A morte de Geraldo Jorge é particularmente triste por esse motivo. Porque é a morte de um homem que não percorreu o caminho que liga a margem ao centro. Não sei as razões porque nunca fomos próximos. Mas sempre enxerguei, como quase vizinho em Jaguaribe, que esse era o destino da sua vida de artista.

Dizem que Geraldo Jorge era divertido. Sempre achei que era triste. Não sei em que medida foi reconhecido pelo que fez nem como isso chegou em seu coração e em sua mente. As redes sociais estão repletas do homem morto. Não lembro delas repletas do homem vivo, aquele eterno morador de Jaguaribe.

Imagem ilustrativa da imagem Geraldo Jorge dedicou a vida ao teatro, mas não conseguiu caminhar da margem para o centro

Silvio Osias

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