SILVIO OSIAS
Ivete Sangalo faz álbum delicioso para este São João do isolamento
Publicado em 23/06/2020 às 6:29 | Atualizado em 30/08/2021 às 20:36
Muitos ouvintes de gosto mais refinado costumam não gostar de Ivete Sangalo.
Alguns, por puro preconceito.
Não sabem o que estão perdendo.
É ótima cantora, sabe tudo de palco e está entre o que a Bahia produziu de melhor nas últimas três décadas.
OK. Ela fez discos de estúdio irregulares, mas os diversos registros ao vivo - sobretudo esses! - são irresistíveis.
Em meu acervo, tenho todos e gosto de todos.
O mais recente - o duplo Live Experience, gravado em São Paulo - é uma delícia.
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Estamos na semana do São João com uma surpresa: nas plataformas digitais, lá está Ivete Sangalo com o álbum Arraiá da Veveta.
São 28 minutos - pena que tão pouco! - para ouvir e dançar neste atípico São João do isolamento social.
Ivete, nas escolhas que fez e no clima do disco, traz o passado para o presente.
A sanfona é protagonista, mas as guitarras estão sempre por perto.
O xote de ontem se mistura, aqui, acolá, com uma pitada do axé de hoje.
O repertório remete a Luiz Gonzaga, Dominguinhos, Genival Lacerda, Gilberto Gil, Geraldo Azevedo, Alceu Valença.
Tem Último Pau de Arara, Eu Só Quero um Xodó, Esperando na Janela, O Chevete da Menina, Dona da Minha Cabeça, Táxi Lunar e hits baianos como Vem Meu Amor e Flor do Reggae.
Neste arraial, Ivete Sangalo sai da sua praia com a categoria de quem sabe o que faz.
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