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SILVIO OSIAS

Lady Gaga e o reacionarismo estético de Ariano Suassuna. O que ela tem a ver com ele?

Publicado em 16/09/2022 às 10:36 | Atualizado em 16/09/2022 às 12:00


                                        
                                            Lady Gaga e o reacionarismo estético de Ariano Suassuna. O que ela tem a ver com ele?

Os arianistas que me perdoem, mas, sempre que ouço Lady Gaga, acabo lembrando de Ariano Suassuna. Especificamente, do reacionarismo estético dele. E, se assim o faço, a responsabilidade é do meu pai. Foi quem me avisou, quando eu tinha somente 12 anos, que era preciso prestar atenção e não deixar se iludir com o extremo reacionarismo estético e ideológico de Ariano Suassuna. Recomendação que levei a sério porque muito verdadeira.

E onde Lady Gaga entra nessa conversa? Explico. Em suas falas, algumas muito engraçadas, Ariano esculhambava os grandes nomes da música popular americana. Fez com Elvis Presley, com Michael Jackson. Fez com Madonna e ainda alcançou Lady Gaga. Eram imbecis, eles e elas, na opinião do escritor paraibano. O julgamento estético com o argumento mais raso e desrespeitoso na hora de desqualificar o pop vindo dos Estados Unidos.

Andei ouvindo dois álbuns de Lady Gaga e recomendo. São os discos que ela gravou com Tony Bennett. O primeiro, de 2014, se chama Cheek To Cheek. O segundo, de 2021, é Love For Sale. O negócio é superb, como diriam os americanos. Em Cheek To Cheek, Bennett estava bem de saúde. Em Love For Sale, não mais. O cantor havia sido diagnosticado com Mal de Alzheimer. Hoje, aos 96 anos, nem grava mais nem faz shows.

Tony Bennett tinha boas antenas voltadas para novidades como Amy Winehouse, com quem gravou. As mesmas antenas que direcionou para Lady Gaga, uma das grandes cantoras entre tantas que surgiram na música popular do mundo nesses últimos anos. Bennett, que vem de tão longe, transitando com igual desenvoltura entre o pop e o jazz, não se limitou a um ou dois duetos com Gaga. Tony a quis como parceira em dois discos maravilhosos.

Os dois álbuns de Tony Bennett com Lady Gaga não trazem o pop ao qual ele se dedicou em muitos momentos da sua carreira. Muito menos, o pop com o qual ela ficou mundialmente conhecida. Não. Cheek To Cheek e Love ForSale são, rigorosamente, discos de jazz. Juntos, reúnem 25 standards da melhor música popular que os americanos produziram, canções que foram gravadas e tocadas pelos nomes mais expressivos do universo jazzístico.

Uma big band aqui, uma seção de cordas acolá, um combo. O acompanhamento varia. As versões são muito suingadas, algumas são mais intimistas. Todas de altíssima qualidade. Um grande cantor, com a voz naturalmente marcada pela passagem do tempo, e uma grande cantora se encontram, regravam um monte de clássicos populares e a gente não resiste à beleza que há nesses dois álbuns. Experimentem.

Imagem ilustrativa da imagem Lady Gaga e o reacionarismo estético de Ariano Suassuna. O que ela tem a ver com ele?

Silvio Osias

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