SILVIO OSIAS
Manoel Jaime, o médico e o intelectual se encontram em livro autobiográfico
Publicado em 09/12/2021 às 5:24
A Medicina foi que transformou Manoel Jaime numa figura pública. Mas ele é também um intelectual de sólida formação e um humanista. Na coluna desta quinta-feira (09), a médica Mônica Souza de Miranda Henriques escreve sobre Espaços, Vivências e Pessoas, livro autobiográfico de Manoel Jaime.
GRANDE ERUDIÇÃO ENRIQUECE NARRATIVA DE LIVRO AUTOBIOGRÁFICO DO MÉDICO MANOEL JAIME
Mônica Souza de Miranda Henriques
O patrimônio histórico de uma cidade está nas manifestações culturais do seu povo, na sua riqueza arquitetônica e nas suas reservas naturais. No livro Espaços, Vivências e Pessoas, o escritor, médico e professor Manoel Jaime Xavier faz um relato detalhado dos lugares que frequentou, das experiências que viveu e das pessoas com as quais interagiu durante os anos de formação na Faculdade de Medicina da Paraíba.
Em seu livro, o autor chama a atenção para a memória que está sendo esquecida debaixo dos escombros e escondida por detrás das paredes daquelas construções que um dia compuseram os seus cenários de prática médica. Com um relato dedicado e sensível, o escritor descreve não apenas os espaços físicos, mas também as experiências que marcaram o seu aprendizado como jovem médico.
Com grande humanidade, Jaime fala de pessoas, de amigos, de mestres e colegas de turma. Há trechos nos quais figuram merecidas homenagens aos médicos e professores pioneiros na luta para fundar a Faculdade de Medicina na Paraíba. As dificuldades e obstáculos enfrentados à época são retratados com a mesma vibração com que são descritas as alternativas encontradas para solucionar os problemas.
É um livro autobiográfico, que estabelece uma rica intertextualidade com obras literárias. Demonstrando sua grande erudição e enriquecendo a sua narrativa, Jaime cita obras de arte de autores universais que, em algum momento de suas vidas, escreveram ou expressaram temas ligados à Medicina.
Enfim, nesse livro, o autor procurou atingir a consciência coletiva sobre a necessidade de preservação do nosso patrimônio urbanístico e arquitetônico, bem como a memória afetiva daqueles, de alguma forma, ligados à Medicina. Com sensibilidade e sutileza, Jaime demonstra a importância da arte na formação do médico.
Assim como dizia Hipócrates, “onde quer que a arte da Medicina seja chamada, haverá também amor pela humanidade”.
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Mônica Souza de Miranda Henriques, médica, mestre e doutora em Ciências e professora de Gastroenterologia da UFPB.
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