Mick Jagger faz 80 anos. Líder dos Rolling Stones é o maior frontman do rock

Quarta-feira, 26 de julho de 2023. Nascido em Dartford, Inglaterra, Michael Philip Jagger faz 80 anos hoje. Os Rolling Stones, a banda da qual Mick Jagger é membro fundador, fez 60 anos em 2022, se considerarmos que foi em 1962 a primeira apresentação do grupo no Marquee Club, em Londres. Ou 60 anos em 2023, para quem considera o lançamento do primeiro single (Come On/I Want To Be Loved). As duas histórias - a de Jagger e a dos Stones - se confundem. Não há como separar uma da outra.

No começo, eram quatro músicos (dois guitarristas, um baixista e um baterista) acompanhando um rapaz magrinho que tinha um gestual incomum, mas ainda muito contido. O nome, The Rolling Stones, foram buscar num blues de Muddy Waters. Faziam covers da música negra americana, logo substituídos por repertório autoral, e o cantor, que estava caligrafando sua assinatura, depois trocou qualquer traço de contenção por uma liberdade única, uma grande ousadia e um absoluto domínio do palco.

Na década de 1960, os Rolling Stones e os Beatles eram (ou pareciam ser) pólos opostos de uma mesma cena. Mas, ao contrário dos Beatles, os Rolling Stones puderam envelhecer juntos e ativos.

O guitarrista Brian Jones morreu em 1969, pouco depois de ser defenestrado da banda. Mick Taylor, seu substituto, passou pouco tempo e aí veio Ronnie Wood. O baixista Bill Wyman deixou a banda no início da década de 1990. Ficaram Jagger, o guitarrista Keith Richards, o baterista Charlie Watts e Wood. Watts morreu de câncer em 2021. Tinha 80 anos.

Nos discos gravados durante a década de 1960, os Rolling Stones produziram a maior parte dos clássicos do seu repertório. No começo, se é que é possível, eram, a um só tempo, toscos e irresistíveis. Aderiram ao psicodelismo e, quando saíram deste, estavam prontos para gravar os melhores álbuns e dominar o palco em grandes turnês.

Mick Jagger é o líder nos estúdios, nos palcos e também em tudo o que transformou os Rolling Stones num negócio excepcional. Junto dele, Keith Richards, o parceiro musical, guitarrista e compositor dos bons, é o seu oposto, mas a banda não seria o que é sem o longevo "casamento" dos dois, os Glimmer Twins.

No estúdio, faz tempo, não produzem mais os grandes discos autorais do passado. No palco, são absolutamente imbatíveis. Tão velhos quanto vigorosos. Sabem tudo do negócio multimilionário que comandam. O show dos Rolling Stones, magistralmente comandado por Jagger, é um ritual profano e politicamente incorreto que ainda exala muito do velho trinômio "sexo, drogas e rock and roll".

E Mick Jagger - Sir Mick Jagger! - é um extraordinário artista do seu tempo. Um branco do Velho Mundo fazendo (muito bem) música dos pretos da América. Sua melhor música - rock, blues, soul, country, gospel, pop - está no passado. Sua performance atravessou as décadas. Está no presente.

O jovem Frank Sinatra flutuava no palco. Elvis Presley requebrava com as câmeras a enquadrá-lo da cintura para cima. Mick Jagger, enquanto canta, rebola, mexendo livremente os braços e a bunda, correndo de um lado para o outro diante de plateias atônitas e por ele hipnotizadas. Masculino e feminino. Singularíssimo.

A passagem do tempo? Há mais de uma década, numa ida ao Festival de Cannes, Jagger abordou assim: "Éramos jovens, belos e tolos. Agora, somos só tolos". Poderia ter completado: "Tolos, velhos e ricos". Como na letra de uma canção que cantava nos anos 1970, o tempo não espera por ninguém, mas tem estado do lado de Mick Jagger.

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Ilustro com Midnight Rambler, verdadeira blues suite, que é sempre um dos pontos altos do show dos Rolling Stones.

Entre álbuns de estúdio, discos ao vivo e compilações, os Rolling Stones têm uma extensa discografia. É praticamente consensual que seus melhores e mais importantes álbuns foram lançados de 1968 a 1972. São os seguintes:

BEGGARS BANQUET, 1968