SILVIO OSIAS
Mônica Salmaso faz o Seis e Meia nesta quinta-feira em João Pessoa; confira o repertório
Publicado em 07/12/2023 às 6:48 | Atualizado em 07/12/2023 às 8:28
Mônica Salmaso (Foto/Divulgação/Lorena Dini) se apresenta nesta quinta-feira (07) em João Pessoa. Ela encerra a temporada 2023 do projeto Seis e Meia. Com abertura de Clara Bione, o show será no Teatro Paulo Pontes. Ao lado de Mônica, estarão os músicos Paulo Aragão (violão) e Teco Cardoso (flauta e sax).
Mônica Salmaso é uma das grandes cantoras do Brasil. A beleza do timbre, o domínio da técnica, a emoção na medida certa, a emissão perfeita - tudo é de altíssima qualidade na sua performance vocal.
A discografia dela começa em 1997 com o desafio de regravar Os Afro-Sambas, de Baden Powell e Vinícius de Moraes. Essa pequena coleção de canções é momento de excepcional singularidade e de pura invenção. O disco original, de Baden e Vinícius, é de meados dos anos 1960. A releitura de Mônica foi arranjada para voz e violão por Paulo Bellinati, que acompanha a cantora em todas as faixas.
Na discografia de Salmaso, dois discos são dedicados ao cancioneiro de Chico Buarque, Noites deGala, Samba na Rua e Noites de Gala ao Vivo. Neles, quem acompanha Mônica é o grupo Pau Brasil, formado pelo maestro Nelson Ayres ao piano, Paulo Bellinati (violão), Teco Cardoso (sax e flautas), Rodolfo Stroeter (baixo) e Ricardo Mosca (bateria e percussão).
Outro trabalho extraordinário é Corpo de Baile, que reúne músicas da parceria de Guinga com Paulo César Pinheiro. Quando o show homônimo passou por João Pessoa, escrevi o seguinte:
"Uma valsa, uma modinha, uma marcha-rancho, um fado, um bolero, um tema nordestino. A tradição e a contemporaneidade. O popular e o erudito. Ou o popular tratado com felicíssima erudição. Um Brasil menos ouvido. Algo que a gente viu em Villa-Lobos, ou em Tom, ou em Edu, ou em Hime. E vê em Guinga, autor de melodias refinadas, mestre nas harmonias do seu instrumento. Aliado à poesia de Paulo César Pinheiro".
Depois de Corpo de Baile, Mônica (tendo Nelson Ayres ao seu lado) veio a João Pessoa para uma feliz parceria com o Quinteto da Paraíba. A voz de Salmaso e as cordas do quinteto se harmonizaram com absoluta perfeição em belíssimo recital.
Há também a Mônica camerística nas duas versões de Alma Lírica Brasileira. Dessa vez, com o piano de Nelson Ayres e os sopros de Teco Cardoso. Em Caipira, revisita um repertório ao qual nem sempre se faz justiça.
Em Japan Tour 2019, se debruça sobre o cancioneiro de Guinga, com quem fez a turnê. Em Estrada Branca, ao vivo, Brasil e Portugal se encontram nas vozes de Mônica e José Pedro Gil, que miram as obras de Vinícius de Moraes e José Afonso.
A parceria de Dori Caymmi com Paulo César Pinheiro está em Canto Sedutor. Em Milton, Mônica e o pianista André Mehmari abordam o repertório de Milton Nascimento.
Entre o segundo semestre de 2022 e o primeiro de 2023, Mônica Salmaso, como convidada permanente, dividiu o palco com Chico Buarque na turnê Que Tal um Samba?. Esse encontro memorável é o reconhecimento à grande voz de Mônica e à integridade da sua trajetória.
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Fecho com o repertório de Mônica Salmaso no Seis e Meia:
ENGOMADINHO (Pedro Caetano/Claudionor Cruz)
CIRANDEIRO (Edu Lobo/José Carlos Capinan)
AVE MARIA (Erothides de Campos)
VIOLA DE BEM QUERER (Breno Ruiz/José Carlos Capinan)
VENETA (Edu Lobo/Chico Buarque)
MEU MUNDO É HOJE (Wilson Batista/J. Batista) - Duo Mônica e Paulo
VALSINHA (Chico Buarque/Vinícius de Moraes) - Duo Mônica e Teco
BANCARROTA BLUES (Edu Lobo/Chico Buarque)
FREVO DE ITAMARACÁ (Edu Lobo)
O CANTADOR (Dori Caymmi/Nelson Motta)
SANTA VOZ (Baden Powell/Paulo César Pinheiro)
NA ILHA DE LIA, NO BARCO DE ROSA (Edu Lobo/Chico Buarque)
DANÇA DO CORRUPIÃO (Edu Lobo/Paulo César Pinheiro)
ACERTEI NO MILHAR (Wilson Batista/Geraldo Pereira)
DEIXA PRA LÁ (Meira/Augusto Mesquita)
SOBRE TODAS AS COISAS (Edu Lobo/Chico Buarque)
TELECO-TECO (Marino Pinto/Murilo Caldas)
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