Muita gente já viu esse cara que morreu, mas, agora, pouca gente vai lembrar dele

Na primeira foto, o ator americano Bo Hopkins aparece numa cena de O Expresso da Meia-Noite, de 1978. Na segunda, temos ele em American Graffiti, de 1973.

Em O Expresso da Meia-Noite, dirigido por Alan Parker. Em American Graffiti, por George Lucas.

Bo Hopkins morreu no último sábado (28). Estava hospitalizado há alguns dias, depois de sofrer um ataque cardíaco. O ator tinha 84 anos.

A morte de Hopkins, a despeito de ter sido bem noticiada pela mídia, leva à constatação do quanto os chamados atores coadjuvantes estão fadados a um quase total esquecimento.

Se você é cinéfilo, se viu cinema na década de 1970, não há como não ter esse ator na sua memória afetiva. Cito um exemplo: no memorável American Graffiti, do George Lucas anterior a Star Wars, numa espécie de intermezzo que o filme tem, ele é o líder da gangue que submete o ingênuo personagem de Richard Dreyfuss a situações de grande perigo.

Em 1969, Bo Hopkins está em Meu Ódio Será Sua Herança, formidável western crepuscular de Sam Peckinpah. Em 1972, volta às mãos de Peckinpah em Os Implacáveis. Também está no grande O Dia do Gafanhoto, que John Schlesinger realizou em 1975. E em outro Peckinpah: Elite de Assassinos, de 1975.

Era bem requisitado para westerns. Em Macho Callahn, em Monte Walsh e em The Culpepper Cattle Co. Westerns linha B que, até hoje, são admirados pelos cinéfilos.

Aos poucos, Bo Hopkins foi sendo menos convidado a atuar, até cair no ostracismo. Li, nas notícias sobre sua morte, que estava escrevendo uma autobiografia. Sua imagem está guardada no meu HD de cinéfilo.