Não! Contra a Rússia, Paul McCartney inicia turnê com autocancelamento!

Em seu tempo, os Beatles foram censurados na União Soviética. No Álbum Branco, de 1968, a primeira faixa se chama Back In The USSR, um rock composto por Paul McCartney. A inspiração veio de Back In The USA, de Chuck Berry. Muitos anos depois, já longe dos Beatles, McCartney gravou um disco para ser lançado com exclusividade no mercado soviético, Choba B CCCP.

A União Soviética se desfez, e, só nos anos 2000, Paul McCartney, afinal, tocou na Rússia. Fez um big concerto na Praça Vermelha, com Putin na plateia, e, naturalmente, cantou Back In The USSR (o vídeo está no final do post). O rock já era, desde a turnê de 1989, número obrigatório em seu repertório.

Nesta quinta-feira (28), Paul McCartney voltou à estrada. Deu início à sua turnê pelos Estados Unidos. O nome da excursão: Got Back. O músico faz 80 anos em junho próximo e tinha que retornar aos palcos.

Uma novidade: Back In The USSR não está mais no repertório. O velho rock and roll foi rifado. Foi autocancelado pelo artista. Ele é contra a Rússia que invadiu a Ucrânia e achou que a música não tinha mais lugar no set list. Fez mais: empunhou a bandeira da Ucrânia no palco.

Que Sir Paul seja contra a Rússia, ótimo. Tem mais que ser. Mas, rifar Back In The USSR? Considero um exagero. Um exagero compatível, no entanto, com os excessos do mundo em que vivemos.

Segue o repertório do show de estreia da turnê de Paul McCartney:

Nesse vídeo, Back In The USSR no show da Praça Vermelha: