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SILVIO OSIAS

No pop ou no jazz, Tony Bennett era uma das maiores vozes do mundo

Publicado em 21/07/2023 às 14:11 | Atualizado em 21/07/2023 às 14:29


                                        
                                            No pop ou no jazz, Tony Bennett era uma das maiores vozes do mundo

Tony Bennett morreu nesta sexta-feira (21) em Nova York, a cidade onde nasceu há praticamente 97 anos - faria aniversário no dia três de agosto. O cantor de origem italiana tinha mal de Alzheimer e estava afastado dos palcos e dos estúdios desde 2021.

Bennett foi um dos grandes cantores do século XX e, no século XXI, manteve o status de dono de uma das maiores vozes da música popular do mundo. Era um gigante, um artista imenso - não é possível enxergá-lo se não for nessa dimensão.

Quando comecei a me interessar por música, há mais de meio século, Tony Bennett era um consagrado cantor pop dos Estados Unidos, mas ainda não conquistara o respeito que veio a conquistar um pouco mais tarde.

Seu estilo era, predominantemente, o pop romântico. E, contra ele, ainda havia Frank Sinatra, que era, de fato, o maior cantor popular do mundo e que, inclusive no pop, ostentava mais qualidade do que Bennett.

Creio que o conceito de Bennett cresceu na medida em que ele se aproximou muito do universo do jazz e obteve, por fim, ainda que não fosse negro, o status de um verdadeiro cantor de jazz.

Tony Bennett cantava muito, era afinadíssimo, intérprete elegante dos grandes standards do cancioneiro americano e sabia, de fato, o que era bom. Não se distanciou desse cancioneiro, que não era novo, mas soube dialogar com os novos artistas, trazendo cantores e cantoras para o seu mundo, para o que gostava de gravar.

O exemplo mais recente e extremamente eloquente desse diálogo de Bennett com outras gerações é Lady Gaga. Com ela, que é excelente cantora e que transita com igual fluência do pop contemporâneo ao jazz, ele gravou dois discos, em 2014 e em 2021.

Cheek to Cheek é o álbum de 2014. Love for Sale, o de 2021. São excepcionais. Registram o encontro de um homem no fim da vida com uma jovem cantora pop. Os dois debruçados sobre um repertório perene, que não se deixa tragar pela passagem do tempo.

Cheek to Cheek e Love for Sale são soberbos álbuns de jazz. Ouvi-los nesta sexta-feira pode ser uma bela homenagem a Tony Bennett, esse incrível cantor que hoje nos deixou.

Imagem ilustrativa da imagem No pop ou no jazz, Tony Bennett era uma das maiores vozes do mundo

Silvio Osias

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