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SILVIO OSIAS

Num filme, o poder que a música tem de mexer com o homem e fazê-lo melhor

Publicado em 22/09/2016 às 7:03 | Atualizado em 31/08/2021 às 7:46

Morreu Charmian Carr, a filha mais velha do capitão Von Trapp em A Noviça Rebelde. Vamos falar um pouco sobre o filme?


				
					Num filme, o poder que a música tem de mexer com o homem e fazê-lo melhor

A Noviça Rebelde é um dos grandes musicais do cinema. O último dos clássicos, realizado quando o gênero já não era atraente como fora nas décadas de 1940 e 1950. O filme é de 1965. Um pouco antes, temos os êxitos de My Fair Lady e de West Side Story (do mesmo Robert Wise). Como estes dois, A Noviça Rebelde ganhou o Oscar de melhor filme. Foi um campeão de bilheteria. O nosso amor por este musical não se baseia, contudo, no seu êxito, mas na sua beleza, no seu encanto, na sua imensa alegria. No fascínio exercido por esta história que, movida pela força da música, há décadas está sobrevivendo à passagem do tempo

Robert Wise era um mestre. Montou Cidadão Kane, de Orson Welles. Dirigiu Punhos de Campeão e Marcado pela Sarjeta, ambientados no mundo dos boxeadores, mas não apenas sobre lutas de boxe. Também é dele O Dia em que a Terra Parou, clássico da ficção-científica, realizado numa época em o cinema falava de temas cruciais da guerra fria, contando histórias de seres que vinham de outros planetas. Em West Side Story, com a música extraordinária do maestro Leonard Bernstein, modernizou o musical sem romper totalmente com a tradição. Em A Noviça Rebelde, foi menos ousado, mais ortodoxo. E se deixou guiar pelo cuidado de não ser piegas, de não se exceder no sentimentalismo.

A esquerda detestava A Noviça Rebelde. Mas havia gente que ia escondida ao cinema, sem revelar para os companheiros de luta. E chorava na sala escura. O curioso é que os patrulheiros de plantão não percebiam que, por trás da história de Maria, do capitão Von Trapp e dos seus filhos, havia uma outra história: a de um homem nacionalista, que defendia bravamente a soberania do seu país e que fugiu para não aderir às forças nazistas. Valores que deveriam agradar a quem execrava o musical.

O título em Português nos distancia do original em Inglês: The Sound of Music. No fundo, A Noviça Rebelde é um filme sobre o poder da música, sua força, sua beleza, sua capacidade de mexer com o homem, de redimi-lo, de fazê-lo melhor. O filme conta a história de uma família que se reencontrou quando alguém a reaproximou da música. Este tema me parece mais significativo do que o outro, da resistência do personagem ao Nazismo. A cena em que o capitão canta com os filhos, rompendo o silêncio que os separava, é comovente. E é regida pela ternura da canção que dá título ao musical.

Imagem ilustrativa da imagem Num filme, o poder que a música tem de mexer com o homem e fazê-lo melhor

Silvio Osias

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