SILVIO OSIAS
Nunca houve uma Seleção como a de 1970. 50 anos esta noite
Publicado em 03/06/2020 às 8:51 | Atualizado em 30/08/2021 às 20:36
3 de junho de 1970.
Era uma quarta-feira como hoje, 3 de junho de 2020.
Há 50 anos, a Seleção Brasileira fazia sua estreia na Copa do Mundo do México, enfrentando a Tchecoslováquia.
Menino de 11 anos, eu era televizinho.
Faz tanto tempo que acho que muita gente nem sabe o que eram os televizinhos, aquelas pessoas que, ainda não tendo televisão em casa, recorriam aos aparelhos da vizinhança.
Naquela noite, me instalei na casa de uma família cujos filhos eram meus amigos.
Pela primeira vez, os brasileiros viam a Copa ao vivo pela televisão. Em 1966, ainda era pelo rádio.
A transmissão, em cores, chegava até aqui em preto e branco porque não havia televisão em cores no Brasil.
Quando os tchecos abriram o placar, não nós, as crianças, mas os adultos devem ter pensado na performance medíocre de quatro anos antes, no mundial da Inglaterra. Ou no impasse recente que culminara com a troca de Saldanha por Zagallo no comando do time.
Mas aí veio o gol de Rivelino, e mais um, mais um, mais um. E o otimismo se restabeleceu.
Grande estreia. Grande noite.
Eu sei, eu sei, a Copa de 70 acontecia no pior momento da ditadura, e esta utilizava o futebol na sua propaganda, no clima do "Brasil, ame-o ou deixe-o", mas era impossível ignorar a arte daqueles caras em campo.
Pelé, Rivelino, Tostão, Jairzinho, o capitão Carlos Alberto.
Nunca houve uma Seleção como a de 1970 - penso eu.
50 anos se passaram.
A Tchecoslováquia, nossa adversária na estreia, nem existe mais. Virou República Tcheca quando o bloco socialista europeu se desfez.
Mas as imagens da memorável campanha do tri, estas estão muitíssimo bem guardadas na nossa memória afetiva.
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