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SILVIO OSIAS

O 7 de Setembro dos 200 anos da Independência pode virar comício pela reeleição de Jair Bolsonaro

Publicado em 07/09/2022 às 6:32


                                        
                                            O 7 de Setembro dos 200 anos da Independência pode virar comício pela reeleição de Jair Bolsonaro

"Marco extraordinário, Sesquicentenário da Independência/Potência de amor e paz, esse Brasil faz coisas que ninguém imagina que faz". Lembram? Lembro bem. É a música - hino?, jingle? - composta para as celebrações, em 1972, dos 150 anos do Grito do Ipiranga. Sob o general Emílio Médici, a ditadura militar iniciada em 1964 estava no seu momento mais duro e também mais grosseiramente ufanista. "A economia vai bem, mas o povo vai mal", disse o próprio Médici sobre o país por ele governado, o Brasil do "Ame-o ou deixe-o".

Meio século se passou, vimos a ditadura acabar e o Brasil se redemocratizar. Nesta quarta-feira, no 7 de Setembro de 2022, chegamos ao Bicentenário da Independência. Governado por um ex-militar, o povo brasileiro não terá uma grande festa. É curioso. Um presidente que se diz patriota não se comportou como um patriota. Seu governo pouco se preparou para a comemoração. Homem mórbido, Jair Bolsonaro trouxe de Portugal, para exibir entre nós, o coração de Dom Pedro I, e tudo indica que o desfile vai se misturar a um ato eleitoral.

No Brasil do Bicentenário, estamos a 25 dias do primeiro turno da eleição presidencial. Um breve retrato mostra que a Covid matou quase 700 mil pessoas entre nós a partir de março de 2020, número que poderia ser menor se o governo tivesse enfrentado a pandemia com a necessária seriedade. Mostra também que a inflação subiu e que os preços dos alimentos dispararam. Há 30 milhões de pessoas passando fome e muitos outros milhões em situação de insegurança alimentar, que é quando não se sabe se a próxima refeição está assegurada.

Como será o 7 de Setembro do Bicentenário da Independência? É certo que Jair Bolsonaro participará pela manhã do desfile em Brasília. O problema é o que ocorrerá à tarde no Rio. O presidente queria transferir o desfile militar da Avenida Presidente Vargas para Copacabana, onde haveria uma manifestação dos seus aliados. A ideia morreu. Não daria certo. Poderia ser crime eleitoral. O que se tem agora, então, é uma exibição das Forças Armadas na altura do Forte de Copacabana e, não muito distante dali, um ajuntamento de bolsonaristas.

Desde que os militares deixaram de ocupar a presidência, em 1985, o Brasil teve, de José Sarney a Michel Temer, sete presidentes. Um (Sarney) ainda pela via indireta. Dois (Collor e Dilma) afastados por discutíveis processos de impeachment. Dois (Itamar e Temer) que substituíram os que foram impedidos. Quatro eleitos pelo voto direto: Fernando Collor (em 1989), Fernando Henrique Cardoso (em 1994 e 1998), Luiz Inácio Lula da Silva (em 2002 e 2006) e Dilma Rousseff (em 2010 e 2014).

Jair Bolsonaro foi o oitavo presidente desse período democrático iniciado em 1985, eleito em 2018 por quase 58 milhões de brasileiros. É um populista de ultradireita. Defende a ditadura, é a favor da tortura, tem um torturador (o coronel Brilhante Ustra) como ídolo. Machista, racista, homofóbico - tudo está nas suas falas e no seu comportamento incompatível com a liturgia do cargo que ocupa. Não respeita as instituições, agride com palavras os ministros do STF e prega abertamente o golpismo. Com ele no poder, é claro.

Jair Bolsonaro é o presidente no Bicentenário da Independência. A festa não é de todos os brasileiros. É dos seus aliados, aqueles que, impropriamente, chamam esse homem de "mito" desde a campanha de 2018. Qual será o tom, ninguém sabe exatamente. No 7 de Setembro de 2021, Bolsonaro defendeu o desrespeito às decisões de Alexandre de Moraes. "Pinou", com se diz popularmente, e teve que pedir socorro ao ex-presidente Michel Temer, que nomeou o ministro para o Supremo. Agora em 2022, Temer já avisou que não conte com ele outra vez.

Imagem ilustrativa da imagem O 7 de Setembro dos 200 anos da Independência pode virar comício pela reeleição de Jair Bolsonaro

Silvio Osias

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