O bolsonarismo é um lixo que precisa ser recolhido do cenário político brasileiro

Em 30 dias de campanha eleitoral, os jornalistas brasileiros sofreram mais de dois milhões de ataques. Os profissionais mais atacados por bolsonaristas nas redes sociais trabalham em veículos da Globo. Vera Magalhães lidera as agressões. Atrás dela, estão Miriam Leitão, William Bonner, Andréia Sadi e Eliane Cantanhede. Jair Bolsonaro agrediu verbalmente Vera durante o debate na Band. Há dois dias, o deputado Douglas Garcia usou as mesmas palavras do presidente para provocar a jornalista nos bastidores do debate que a TV Cultura realizou com os candidatos que disputam o governo de São Paulo.

Na semana passada, vimos um empresário bolsonarista negando uma marmita a uma mulher ao saber que ela votará em Lula. Uma cena deprimente. Real e simbólica, a um só tempo. Real porque aconteceu de verdade. O homem humilhando a mulher sem nenhum constrangimento. Sem qualquer sentimento cristão. A mulher rindo para não chorar, literalmente. Simbólica porque, ali, há um grande retrato da tragédia brasileira, da miséria de milhões, de quem não tem o que comer e precisa dizer que vota em Jair Bolsonaro em troca de uma marmita.

Não faz tanto tempo, um bolsonarista matou um lulista que comemorava seus 50 anos. Não foi o único homicídio dessa natureza. Um outro eleitor de Bolsonaro matou um eleitor de Lula com 15 facadas e ainda tentou cortar a cabeça do morto com um machado. Se você tem dúvida, eu não tenho: esse tipo de violência - do ataque aos jornalistas aos homicídios - ocorre porque as pessoas se sentem autorizadas por Jair Bolsonaro. No poder, o presidente de extrema-direita criou um ambiente favorável a tudo o que de pior estamos testemunhando.

O primeiro turno da eleição está se aproximando, as pesquisas não têm sido favoráveis a Bolsonaro, e o presidente anda querendo dar uma de bonzinho. Até reconheceu que errou quando disse "não sou coveiro". Não se enganem. Uma vez Bolsonaro, sempre Bolsonaro - essa figura que só chegou a ser presidente e assim permaneceu porque todos permitiram. As instituições, o Judiciário, o parlamento, a imprensa. E 58 milhões de eleitores.

O ex-presidente Lula, Ciro Gomes e Simone Tebet são candidatos do campo democrático. Bolsonaro não faz parte do campo democrático. Ele é uma ameaça permanente à democracia. O presidente Jair Bolsonaro e os bolsonaristas são um lixo que precisa urgentemente ser removido do espaço que ocuparam. Um lixo que deve ser recolhido do cenário político brasileiro.