SILVIO OSIAS
O grande Belafonte morreu, e os brasileiros nem sabem que Sivuca tocou com o Rei do Calipso
Publicado em 26/04/2023 às 8:07
Harry Belafonte, artista americano de origem jamaicana, morreu nesta terça-feira (25) aos 96 anos. Foi importante nome da música popular, sobretudo nos anos 1950 e 1960, e ativista político que lutou em favor dos direitos civis.
Como cantor, popularizou o calipso, uma espécie de precursor do reggae da Jamaica. Banana Boat, Jamaica Farewell e Matilda estão entre os seus grandes sucessos, músicas com as quais vendeu milhões de discos, ganhou muitos prêmios e conquistou fama dentro e fora dos Estados Unidos.
Como ativista, atuou corajosamente nas lutas pelos direitos dos negros americanos e foi companheiro de Martin Luther King. Era pacifista e sofreu perseguição do Macarthismo. Deu grande visibilidade à cantora sul-africana Miriam Makeba e se engajou nas ações contra o apartheid na África do Sul.
Em meados dos anos 1980, estava entre os artistas que participaram do projeto USA For Africa. A voz e o rosto de Belafonte apareceram na gravação da canção We Are The World, sob a batuta do maestro Quincy Jones.
O calipso é irresistível e sedutora manifestação musical do Caribe, e a Belafonte se deve a sua transformação num ritmo mundialmente aclamado.
Em 1976, quando compôs uma música em homenagem ao rock (Chuck Berry FieldsForever), Gilberto Gil chamou os Beatles de "os quatro cavaleiros do após-calipso", num claro reconhecimento da importância e do legado de Harry Belafonte.
No início da década de 1970, depois de trabalhar com Miriam Makeba, Sivuca fez a direção musical e tocou num programa da televisão americana que colocava no mesmo palco Harry Belafonte e Julie Andrews, a inesquecível cantora/atriz de A Noviça Rebelde.
Fecho com o vídeo em que Belafonte, Andrews e Sivuca fazem Matilda, um dos clássicos do Calipso.
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