O melhor de Zeffirelli está na sua versão de Romeu e Julieta

O cineasta italiano Franco Zeffirelli morreu neste sábado (15) aos 96 anos.

Homem do cinema, do teatro e da ópera, Zeffirelli já tinha mais de 40 anos quando começou a se projetar internacionalmente.

Primeiro, ao filmar, em 1967, A Megera Domada, uma das comédias de Shakespeare. Ali, trabalhou com o casal Elizabeth Taylor/Richard Burton.

Depois, no ano seguinte, com sua versão de Romeu e Julieta. O filme foi um sucesso absoluto. Levou multidões aos cinemas. Ofereceu a tragédia de Shakespeare como contraponto ao convulsionado ano de 1968.

O Romeu e Julieta de Zeffirelli tinha (tem) a virtude de ser, a um só tempo, uma adaptação bastante fiel ao texto original e um filme muito jovial.

Do elenco (Leonard Whiting e Olivia Hussey tinham mais ou menos a idade dos personagens) à música de Nino Rota, tudo é encantador. Tudo é conduzido com absoluta maestria por Zeffirelli.

Filmar a vida de São Francisco de Assis foi seu projeto seguinte. Irmão Sol, Irmã Lua é um belo filme.

Depois, realizou Jesus de Nazaré para a televisão. Robert Powell foi o Jesus de Zeffirelli. Uma década depois de Romeu e Julieta, Olivia Hussey foi Maria. A minissérie chegou aos cinemas dividida em duas partes.

A partir de O Campeão, há uma nítida queda de qualidade no cinema de Zeffirelli.

Católico, anticomunista, homossexual assumido, viveu um grande amor com o diretor Luchino Visconti.

Creio que ele será lembrado, sobretudo, por seu Romeu e Julieta.