SILVIO OSIAS
Pedro Bial, coisa de veado e o detector de mentiras para entrevistar o ex-presidente Lula
Publicado em 15/04/2021 às 13:46 | Atualizado em 30/08/2021 às 20:52
Lembro de Pedro Bial muito jovem, atuando como repórter, ainda no Brasil.
Depois, fez carreira como excelente correspondente internacional.
Testemunhou muita coisa importante, inclusive a queda do muro de Berlim.
No final dos anos 1990, creio que em 1998, tive uma grande decepção com o cara que, com seu trabalho, conquistara minha admiração.
No Fantástico, ele e - muito provavelmente - Glória Maria chamaram uma reportagem sobre o balé Kirov, um dos melhores do mundo.
Quando a matéria começou a ser exibida, por um desses erros que ocorrem em programas ao vivo, vazou uma voz masculina dizendo:
"Coisa de veado".
Ficou claro para o telespectador que era a voz de Bial, mas tentaram dizer que não.
Eu me perguntava: como é que um cara como Pedro Bial diz que balé é coisa de veado? Não combina com a formação dele, não combina com o que ele parece ser.
Confesso que levei anos para voltar a gostar dele.
O tempo passou, e hoje Pedro Bial é um homem de 63 anos.
Nesta quarta-feira (14), no Manhattan Connection, Bial cometeu outra grande besteira.
Ele, que já entrevistou gente desqualificada como Olavo de Carvalho, disse que só entrevistaria o ex-presidente Lula com o auxílio de um polígrafo, um detector de mentiras.
Que grosseria! Que deselegância! Que agressividade! Que comentário desnecessário!
Ora, até Reinaldo Azevedo já entrevistou Lula, duas semanas atrás.
Reinaldo, o cara que inventou o termo petralha e que foi o maior crítico que o PT, Lula e Dilma tiveram na imprensa brasileira.
Vimos os dois - Lula e Reinaldo - numa conversa absolutamente civilizada que se estendeu por quase 90 minutos.
Acho que vou precisar de mais um tempo para me reconciliar com Bial.
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