icon search
icon search
home icon Home > cultura > silvio osias
compartilhar no whatsapp compartilhar no whatsapp compartilhar no telegram compartilhar no facebook compartilhar no linkedin copiar link deste artigo
Compartilhe o artigo
compartilhar no whatsapp compartilhar no whatsapp compartilhar no telegram compartilhar no facebook compartilhar no linkedin copiar link deste artigo
compartilhar artigo

SILVIO OSIAS

Pilotos fizeram com Senna o que jogadores não fizeram com Pelé

Publicado em 04/01/2023 às 9:21


                                        
                                            Pilotos fizeram com Senna o que jogadores não fizeram com Pelé

Quem já perdeu pessoas próximas sabe o quanto é importante a presença dos amigos no velório. Tem gente que não vai porque se inibe, porque não sabe o que deve falar. Não precisa dizer nada. Basta um olhar, basta um abraço afetuoso. Basta estar presente. Estou falando dos anônimos que somos, nós e os nossos mortos. Quando o morto é um pessoa famosa, um ídolo de multidões, tem tudo isso que acontece com os anônimos. E há algo mais: a dimensão pública da morte e o compromisso que os vivos têm com essa dimensão.

Ayrton Senna morreu num acidente em Imola, na Itália, num domingo, primeiro dia do mês de maio de 1994. Acabara de fazer 34 anos. Sob forte comoção nacional, foi velado em São Paulo e enterrado no Cemitério do Morumbi na quinta-feira, cinco de maio. Milhares de pessoas foram às ruas dar adeus a Senna. Uma imagem, em particular, me comoveu: a que ilustra a coluna dessa quarta-feira (04). No cemitério, os pilotos conduziram o caixão de Ayrton. De Fittipaldi a Rubinho, de Jackie Stewart a Alain Prost, que era rival nas pistas.

Lembrei muito dessa imagem durante o velório e o enterro de Pelé, nessa terça-feira (03), em Santos. Lembrei pela força extraordinariamente simbólica do gesto dos pilotos da Fórmula 1 e pela absoluta impossibilidade de ver algo semelhante na despedida de Pelé, o maior de todos os atletas, esse gigante que o Brasil deu ao mundo.

Onde estavam os jogadores da Seleção Brasileira? Onde estavam os jogadores do penta? Onde estavam os jogadores do tetra? Onde estava Neymar, que, na atualidade, ainda é o maior ídolo brasileiro do futebol? Sim, Neymar, que conquistou dimensão nacional e internacional a partir do Santos, o mesmo Santos que um dia projetou Pelé.

Onde estavam Ronaldo, Ronaldinho e Romário? Nenhum deles estava no velório de Pelé, na Vila Belmiro. A todos eles, parece ter faltado consciência do quanto eram presenças imprescindíveis, como se não soubessem do inevitável papel público que desempenham e do compromisso que têm com quem os admira.

Quem fez direito foi o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No segundo dia útil do seu mandato, Lula deixou Brasília e, com Janja ao seu lado, foi a Santos abraçar a família de Pelé. Os jogadores de futebol não deram bom exemplo. É justíssimo que tenham sido tão criticados.

Imagem ilustrativa da imagem Pilotos fizeram com Senna o que jogadores não fizeram com Pelé

Silvio Osias

Tags

Comentários

Leia Também

  • compartilhar no whatsapp
  • compartilhar no whatsapp
    compartilhar no whatsapp
  • compartilhar no whatsapp
  • compartilhar no whatsapp
  • compartilhar no whatsapp