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SILVIO OSIAS

RETRO2018/Nelson Pereira dos Santos

Publicado em 14/12/2018 às 7:47 | Atualizado em 30/08/2021 às 23:37

O cineasta Nelson Pereira dos Santos morreu neste sábado (21/04).

Ele estava hospitalizado no Rio de Janeiro tratando de um câncer no fígado diagnosticado há poucos dias.

Membro da Academia Brasileira de Letras, o realizador de Vidas Secas tinha 89 anos.


				
					RETRO2018/Nelson Pereira dos Santos

Não é elogio post mortem.

No cinema brasileiro, poucos homens foram tão importantes quanto Nelson Pereira dos Santos.

Seu cinema começou num tempo de esperança. Nos anos 1950, quando realizou Rio 40 Graus e Rio Zona Norte.

E cresceu na longa noite iniciada com o golpe de 1964.

Vidas Secas acabara de ser realizado.

O que o reacionário John Ford fez com o Steinbeck de Vinhas da Ira, inspirou Nelson, homem de esquerda, a fazer com o Graciliano Ramos de Vidas Secas.

São diálogos (o de Ford e o de Nelson) invulgares do cinema com a literatura.

No caso brasileiro, marcando, junto com o Glauber Rocha de Deus e o Diabo na Terra do Sol, o início do Cinema Novo.

Vidas Secas é tão árido quanto a paisagem percorrida por Fabiano e sua família, mas, em 1964, era um filme que podia ser visto por grandes plateias.

Propunha rupturas, se pensarmos no cinema que se fazia no Brasil, e estava perfeitamente afinado com os cinemas novos do mundo. Daí seu reconhecimento internacional.

Depois de Vidas Secas, Nelson Pereira dos Santos mergulhou seu cinema num experimentalismo e num hermetismo de difícil diálogo com o público.

Assim são, por exemplo, Fome de Amor, Azyllo Muito Louco e Quem É Beta?.

O desejo de fazer um cinema popular, de fácil compreensão, vem com O Amuleto de Ogum, em meados da década de 1970.

E explode com Memórias do Cárcere, novamente levando Graciliano para a tela grande.

Memórias do Cárcere, extraordinário, é lançado nos estertores do regime militar. No instante em que o Brasil se prepara para a redemocratização.

O filme parece trazer Graciliano para o presente e emociona a plateia com a fantasia de Gottschalk sobre o Hino Nacional Brasileiro.

Curioso estar falando dessas coisas num 21 de abril.

O 21 de abril de Tiradentes.

O 21 de abril de Tancredo Neves, um dos artífices da redemocratização.

O 21 de abril, agora, da morte de Nelson Pereira dos Santos.

Quando morrem brasileiros como Nelson, com sua trajetória, com sua dignidade, com sua importância, penso no nosso destino como Nação.

E no impasse gigantesco em que estamos mergulhados.

Nelson Pereira dos Santos, esse gigante?

Vamos celebrá-lo!

O homem e a obra!

Viva o Cinema Novo!

Imagem ilustrativa da imagem RETRO2018/Nelson Pereira dos Santos

Silvio Osias

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