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SILVIO OSIAS

Roma é um bom filme, mas estão exagerando nos elogios

Publicado em 25/02/2019 às 7:26 | Atualizado em 30/08/2021 às 23:36


				
					Roma é um bom filme, mas estão exagerando nos elogios
Foto: Divulgação

Quando vi Gravidade, lembrei muito de Marooned, mas fiquei sem saber se Alfonso Cuarón também lembrou quando realizou o filme.

Agora, vendo Roma, confirmei que Marooned marcou a infância de Cuarón tanto quanto a minha. É o filme que os garotos vão ver, e lá está uma cena com Gene Hackman e David Jansen soltos no espaço.

A gente se identifica com essas referências quando elas são nossas também.

Há a cena final de A Grande Escapada, divertida comédia de guerra, no momento em que a personagem central,  grávida, é abandonada pelo namorado dentro de um cinema.

E há o disco que roda na vitrola, na festa de ano novo. É a primeiríssima versão de Jesus Christ Superstar. A canção que se ouve é I Don't Know How To Love Him.

Pois bem, mas nem essas referências, que mexem tanto com a memória afetiva de quem as tem, foram suficientes para que Roma me seduzisse completamente.

O tempo todo, tive a sensação de estar diante de um filme superestimado.

Ou de um filme realizado para que a gente diga: "Cuarón é foda!".

Roma é bacana, é sensível, é bonito. Mas não é extraordinário.

O tributo ao neorrealismo italiano é evidente, mas Roma é asséptico demais para parecer neorrealista.

Cuarón fez bom cinema de autor, como fazem os europeus. Além da direção, aqui seu nome está na fotografia, na montagem e no roteiro.

Roma evoca o México da sua infância (ele é de 1961, o filme se passa uma década mais tarde), mas fala de coisas que permanecem atuais, de relações que não têm se modernizado.

Alguém disse que passado e presente, aliás, estão juntos nessa experiência de Cuarón.

Seja na fotografia, a cores e em 65 mm, mas convertida para o preto e branco que vemos na tela.

Seja na explícita homenagem ao velho neorrealismo, a despeito da adesão a novos meios de se fazer e difundir cinema.

Roma ia arrasar na festa do Oscar.

Já pensaram?

A principal estatueta dada a um filme em preto e branco, com atores desconhecidos, falado em espanhol e lançado na Netflix.

Mas não foi bem assim.

Roma levou os prêmios de Melhor Filme Estrangeiro e Melhor Fotografia. E Cuarón, mais uma vez, ficou com a estatueta de Melhor Diretor. Foi de ótimo tamanho.

A Academia foi conservadora. Optou, ainda, pelo cinema feito para ser visto no cinema.

Imagem ilustrativa da imagem Roma é um bom filme, mas estão exagerando nos elogios

Silvio Osias

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