SILVIO OSIAS
Ryuichi Sakamoto era louco por Tom Jobim. Sua morte é grande perda para o mundo da música
Publicado em 03/04/2023 às 8:23
O mundo da música perdeu um grande artista. Ryuichi Sakamoto morreu na terça-feira da semana passada (28 de março), mas a morte dele só foi noticiada neste domingo (02). Sakamoto tinha 71 anos e enfrentava o câncer pela segunda vez, informam as agências de notícias.
Nascido no Japão em 1952, Ryuichi Sakamoto era formado em composição e tinha grande envolvimento com a música eletrônica, o que o levou, no final da década de 1970, à formação do grupo Yellow Magic Orchestra. Por causa desse vínculo, acabou influenciando muita coisa que aconteceu na música popular do mundo a partir dos anos 1980.
Mas o que de fato deu popularidade ao seu trabalho e o tornou mundialmente conhecido foi a música composta para cinema. Primeiro, para Furyo, Em Nome da Honra, de 1983. Nesse filme, dirigido por Nagisa Oshima (O Império dosSentidos), além de assinar a trilha sonora, ele contracena com David Bowie, outro gigante da música.
Entre outros prêmios, Sakamoto ganhou o Oscar pela música de O Último Imperador, que Bernardo Bertolucci realizou em 1987. O Último Imperador levou a estatueta de Melhor Filme. Também compôs para filmes de Pedro Almodóvar e Brian De Palma.
Ryuichi Sakamoto migrou do erudito para o popular. Tinha grande admiração pela música brasileira, especialmente por Tom Jobim. Ele não chegou a conhecer Tom, mas, logo depois da morte do nosso grande compositor, gravou um disco em que divide com o violoncelista Jaques Morelenbaum e a cantora Paula Morelenbaum a execução de vários temas jobinianos.
O interessante nesse trabalho é que a gravação foi feita na casa de Tom Jobim, no Rio de Janeiro, e no piano dele. As janelas abertas captam o som dos pássaros lá fora. O álbum Casa é uma declaração de amor de Ryuichi Sakamoto ao Brasil e à grande música de Antônio Carlos Jobim.
Fecho com um pouco da trilha de Furyo e com Sakamoto e os Morelenbaum fazendo O Amor em Paz ao vivo.
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