icon search
icon search
home icon Home > cultura > silvio osias
compartilhar no whatsapp compartilhar no whatsapp compartilhar no telegram compartilhar no facebook compartilhar no linkedin copiar link deste artigo
Compartilhe o artigo
compartilhar no whatsapp compartilhar no whatsapp compartilhar no telegram compartilhar no facebook compartilhar no linkedin copiar link deste artigo
compartilhar artigo

SILVIO OSIAS

Será esse meu último Conclave?

Escolha do sucessor do papa Francisco começou nesta quarta-feira, 07 de maio de 2025.

Publicado em 07/05/2025 às 7:35


				
					Será esse meu último Conclave?
Foto/Reprodução.

O Conclave começou nesta quarta-feira, 07 de maio de 2025. Espera-se que logo o mundo conheça o sucessor de Francisco, que morreu aos 88 anos no dia 21 de abril.

Quantos Conclaves você já testemunhou? Quantos papas já passaram pela sua vida? O atual Conclave será o sexto da minha vida, e o sucessor de Francisco, o sétimo papa.

Sou de 1959. Vou fazer 66 anos em junho. Tinha, portanto, quatro anos em 1963, quando João XXIII morreu. Quatro anos e uma vaguíssima lembrança da minha mãe dizendo que os sinos da Igreja do Rosário estavam tocando para anunciar a morte do papa.

O papa que os frades franciscanos do Rosário citavam nas missas da minha infância e adolescência era Paulo VI, sucessor de João XXIII e mais moderado do que este.

No final da tarde de um domingo, 06 de agosto de 1978, eu saía de uma sessão de Contatos Imediatos do Terceiro Grau, quando Humberto, o simpático porteiro do Cine Plaza, me disse: "Sílvio, o papa Paulo VI morreu".

João Paulo I, chamado de "o papa sorriso", morreu um mês depois de ser escolhido. Seu sucessor, o polonês João Paulo II, ficou no Vaticano por quase 27 anos.

João Paulo II, conhecido como o papa pop, peregrinou pelo mundo todo. Fui vê-lo de perto numa missa no Recife, em 1980, quando de sua primeira visita ao Brasil.

Ver um papa de perto, com o rebanho diante dele, é uma experiência forte. Mesmo que você tenha restrições à sua figura, ainda que você não seja católico praticante.

João Paulo II fez a parte dele na derrocada do bloco socialista, na virada da década de 1980 para a de 1990, e atuou contra a ação do clero progressista.

Bento XVI, seu sucessor, era cultíssimo e ultraconservador. A defesa que Leonardo Boff fez dele abriu meus olhos para não crer em tudo o que diziam seus críticos.

Ver ao vivo na TV, só vi o desfecho de dois Conclaves - a fumaça branca saindo pela chaminé e o momento em que o novo papa aparece na sacada da Basílica de São Pedro.

Vi em 2005, na escolha do alemão Bento XVI, no final de uma manhã. E vi em 2013, no final de uma tarde, na escolha surpreendente do argentino Francisco I.

Sou filho de pai ateu e mãe católica. Sou produto desse antagonismo. Não sei se sou ateu ou crente em Deus. Um católico praticante me disse que sou um ateu com dúvidas.

Seja como for, a presença de um papa no mundo da religião e também na cena política segue me impressionando, e não pretendo tirá-la do meu radar.

Cedo, aprendi a admirar João XXIII. Gosto sempre de mencionar que, à sua doce memória, Pier Paolo Pasolini - gay, ateu, marxista - dedicou O Evangelho Segundo São Mateus.

Frei Betto, que tem 80 anos, disse que só conheceu dois papas progressistas, João XXIII e Francisco. Francisco teve posturas corajosas nessa instituição poderosa, mas em crise.

Logo saberemos quem e como será o sucessor de Francisco. Para mim, o Conclave é um marcador de tempo. Terei tempo de ver outro, depois desse que agora se inicia?

Foto/Reprodução

Silvio Osias

Tags

Comentários

Leia Também

  • compartilhar no whatsapp
  • compartilhar no whatsapp
    compartilhar no whatsapp
  • compartilhar no whatsapp
  • compartilhar no whatsapp
  • compartilhar no whatsapp