SILVIO OSIAS
Seu nome é GAL. Cantora chega aos 75 anos como grande dama da canção brasileira que ainda sabe transgredir
Publicado em 26/09/2020 às 6:31 | Atualizado em 30/08/2021 às 20:54
Gal Costa (foto/divulgação) faz 75 anos neste sábado (26).
51 anos nos separam do seu primeiro álbum solo, que se chamava Gal Costa, lançado em 1969.
Em 1967, ela dividira Domingo com Caetano Veloso e, em 1968, participara do disco/manifesto do Tropicalismo.
Nos quatro discos que fez entre 1969 e 1971, Gal falou pelos tropicalistas, já que Caetano Veloso e Gilberto Gil, os principais mentores do movimento, estavam exilados em Londres.
Foi uma época em que ela não abriu mão da presença joãogilbertiana em seu canto, mas incorporou a este uma inflexão mais agressiva, própria do rock.
Em 1974, quando, produzida por Caetano e acompanhada por João Donato, gravou Cantar, a voz voltara a ser cool.
Em sua extensa carreira, Gal foi intérprete dos melhores compositores de sua geração. Em especial, Caetano Veloso.
Muitas canções que conhecemos ganharam com ela suas versões definitivas.
Mas Gal gravou também os autores de um tempo anterior ao dela e ainda a garotada que veio depois.
Sem falar que cantou Bob Dylan e Duke Ellington, Cole Porter e Billie Holiday.
Dedicou discos inteiros à obra de Dorival Caymmi, Ary Barroso e Antônio Carlos Jobim - grandes matrizes do cancioneiro popular do Brasil.
Fez seus melhores discos entre o final da década de 1960 e o início da de 1980.
Enfrentou altos e baixos, o que é próprio de carreiras longas como a dela.
Em 2011, emprestou sua voz a um projeto autoral de Caetano: o CD Recanto, no qual o autor e a cantora trabalham com uma "pegada" de música eletrônica, incorporando a esta muita originalidade.
Gal Costa chega aos 75 anos como uma das grandes cantoras do Brasil - confirmando o que Caetano enxergou nela na noite em que a conheceu, em março de 1964.
Gal é uma verdadeira dama da canção, mas mantém a sua porção transgressora.
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GAL COSTA EM 10 DISCOS
GAL COSTA, 1969
GAL, 1969
LEGAL, 1970
FA-TAL, GAL A TODO VAPOR, 1971
ÍNDIA, 1973
CANTAR, 1974
GAL CANTA CAYMMI, 1976
GAL TROPICAL, 1979
RECANTO, 2011
A PELE DO FUTURO, 2018
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