SILVIO OSIAS
Solha desiste de publicar autobiografia por ser cara
Publicado em 29/06/2023 às 11:39
Nesta quinta-feira (29), o multiartista W.J. Solha, 82 anos, paulista radicado na Paraíba há seis décadas, usou o seu perfil no Facebook para fazer a seguinte postagem:
Desisti de publicar minha Auto b/i/o grafia: cara, complicada demais, pela tentativa fazê-la ilustrada. Quero, no entanto, passar, aqui, mesmo sem ilustrações, o que contei, como abertura dessas memórias sem ordem cronológica ( dai b/i/o - a vida: fracionada ), sobre a importância enorme que teve para mim o período de sete anos ( de 63 a 70 ) que vivi em Pombal, alto sertão da Paraíba.
Não é necessário dizer quem é Solha, mas vou fazê-lo. No começo da década de 1960, com pouco mais de 20 anos e concursado pelo Banco do Brasil, ele deixou sua Sorocaba, no interior de São Paulo, e veio para Pombal, no Sertão da Paraíba. Aqui ficou, aqui construiu sua obra. Waldemar José Solha é escritor e poeta, com diversos livros publicados. Também é dramaturgo, ator e artista plástico. Com seu romance de estreia, Israel Rêmora, O Sacrifício das Fêmeas, conquistou o Prêmio Fernando Chinaglia. Com o compositor José Alberto Kaplan, compôs a Cantata Para Alagamar. Dirigido por Kleber Mendonça Filho, foi um dos protagonistas do filme O Som ao Redor.
Faz algum tempo que Solha está trabalhando numa autobiografia. Muitos trechos, ele próprio postou no Facebook. Quem o conhece acompanhou com justo interesse tanto a conclusão quanto a publicação da obra. Que nada! Agora, Solha, esse artista que orgulha a Paraíba e a ela pertence, anuncia a desistência de publicar a Auto b/i/o grafia. Os motivos estão no seu post: cara, complicada demais, pela tentativa de fazê-la ilustrada. Os detalhes da decisão de Solha ainda não são conhecidos nem quero me alongar. Digo apenas que a autobiografia do artista precisa ser publicada e que alguém deveria ser responsável pela edição do livro. Ele merece o não ineditismo. Nós merecemos a leitura.
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