SILVIO OSIAS
Tome a vacina. Não se deixe levar pela perversidade do bolsonarismo
Publicado em 09/05/2023 às 9:45
A Covid-19 não é mais uma emergência de saúde global. O anúncio foi feito na sexta-feira da semana passada pela OMS, a Organização Mundial de Saúde. O cinco de maio de 2023 passa, portanto, a ser um dia histórico. No Brasil, se tomarmos março de 2020 como ponto de partida, foram três anos e dois meses.
O anúncio feito pela OMS se caracteriza como um momento de lembrança, não de esquecimento. A hora é de não esquecer dessa tragédia gigantesca que se abateu sobre o planeta. Muita gente prefere não rever as imagens. Penso diferente. Acho importante revê-las para que não saiam mais da nossa memória.
No caso brasileiro, há um agravante. É que estávamos sob um governo que optou por não fazer a coisa certa. Sempre me perguntei, sempre me perguntarei: o que leva, afinal, um presidente da República a agir como Bolsonaro agiu enquanto milhares de pessoas morriam? Afirmar que ele é burro, para mim, é muito pouco.
Recentemente, testemunhei um eleitor de Bolsonaro dizer que passou incólume pela pandemia. A um grupo de amigos, ele assegurou também que a eleição de Lula foi fraudada e que eles, os bolsonaristas, têm provas. Grande ironia: dias depois, o ajudante de ordem do então presidente é que foi preso por fraudar cartões de vacina.
Voltemos à Organização Mundial de Saúde. O anúncio feito pela OMS, do fim da emergência de saúde global, é muito importante, traz alívio, mas não deve ser mal interpretado. Ao fazer o anúncio, a organização deixou bem claro que o fim da emergência não pode ser entendido como o fim da pandemia. Esta continua.
Nesta segunda-feira (08), fui a um posto de saúde tomar a vacina contra a gripe e perguntei pela bivalente, que tomei logo que foi liberada para as pessoas da minha faixa etária (mais de 60 anos). A funcionária do posto me disse que estava em falta, que a procura tem sido pequena e que muitas doses foram perdidas.
A breve conversa com a funcionária do posto de saúde aponta para algo que tenho observado: as pessoas não estão motivadas a tomar a bivalente. E falo de gente que não é bolsonarista, que não é contra a vacina. O momento não é de relaxar, como muito bem lembrou, na sexta passada, a ministra da Saúde Nísia Trindade.
A Covid-19 não é mais uma emergência de saúde global, mas a pandemia não acabou. O bolsonarismo é tão perverso que incutiu na cabeça das pessoas que não é preciso tomar vacina. Até quem não é bolsonarista começa a pensar assim. Não se deixe levar pela coisa errada. Seja cidadão, seja cidadã, faça a coisa certa.
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