SILVIO OSIAS
Tributo a Brant é reencontro com legado do Clube da Esquina
Publicado em 22/01/2020 às 8:00 | Atualizado em 30/08/2021 às 20:38
Vendedor de Sonhos estava sendo gravado quando Fernando Brant morreu, em 2015.
O disco, tributo ao parceiro de Milton Nascimento, só foi lançado há pouco, nos últimos dias de 2019.
Produzido por Robertinho Brant, sobrinho do homenageado, promove precioso reencontro do ouvinte com o legado do Clube da Esquina.
São 20 canções.
Entre elas, há as obrigatórias (Travessia, San Vicente, Ponta de Areia), mas também os B sides (Vida, Canoa, Canoa).
Podemos dizer que a presença de Durango Kid (um autêntico B side) é tão surpreendente quanto as ausências de Canção da América ou Maria, Maria. Não sentimos, no entanto, falta destas.
O disco está perfeito do jeito que é, com as escolhas que foram feitas na composição do repertório.
Vendedor de Sonhos é um disco póstumo de Fernando Brant, esse importante letrista da música popular do Brasil. Mas, se quisermos, pode ser ainda um disco de Milton Nascimento.
Sim. Das suas 20 faixas, 19 estão em discos de Bituca. A única que não está (O Medo de Amor é o Medo de Ser Livre) foi agora gravada por ele. A maioria é produto da parceria de Milton com Brant.
Beto Guedes, Lô Borges, Toninho Horta, Flávio Venturini, Tavinho Moura - os caras do Clube estão no CD, em meio a convidados como Djavan, Mônica Salmaso, Joyce Moreno, Dori Caymmi, Samuel Rosa, Roberta Sá, Fernanda Takai, Seu Jorge.
A sonoridade das gravações remete ao som que ouvíamos nos anos 1970. Elas são melhores do que as originais? Claro que não! São diferentes, mas são muito boas!
Regravar essas canções há de ter sido um grande desafio para os convidados de Robertinho Brant.
Ouçam Vendedor de Sonhos e vejam que eles foram aprovados. Alguns, com distinção!
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